Das frustrações ao regressar aos treinos! – Francisco “Mini” Vieira ep. II

Francisco IsaacAgosto 17, 201732min0

Das frustrações ao regressar aos treinos! – Francisco “Mini” Vieira ep. II

Francisco IsaacAgosto 17, 201732min0
O regressar aos treinos, o lutar pela camisola nº9, o teimar com os pontapés e a motivação diária... Francisco "Mini" Vieira conta o seu 2º mês em terras inglesas!

O episódio II da vida de profissional de Francisco “Mini” Vieira em Inglaterra… das frustrações ao regressar ao sítio que mais gosta, contando-nos uma experiência única! | The 2nd episode of Francisco “Mini” Vieira and his profissional life in the Rotherdam Titans… from the injury frustratrions to getting back to full-time training… with English version! 


“Hoje integras o treino de campo, mas não podes receber as bolas do ar, de resto vê como te sentes e partimos daí.”

Finalmente! Tinha autorização para treinar com a equipa! Mesmo sem ser ainda a 100%, aceitei este pequeno rebuçado que me estavam a dar. O treino em questão foi uma sessão só de 3/4s e com foco no jogo ao pé e a construção de uma linha de pressão ao chuto, uma espécie de ping pong com uma bola de rugby, e a ideia era que eu e o meu amigo Fijiano fossemos “shadow Runners”, ou seja, baratas tontas no meio do campo que corriam de um lado para o outro a formar uma 2a linha de pressão.

Basicamente, era uma forma lúdica de fazermos shuttles durante 5 minutos sem parar. Como seria de esperar, nem um minuto depois, e no verdadeiro espírito competitivo de jogadores profissionais, a outra equipa começa a apontar os chutos para mim (sabendo que não podia receber os chutos e com isso ganharem alguma vantagem), e por muito que me quisesse controlar, a fome da bola e a raça Portuguesa, que não me deixa recuar de nenhum desafio e que me corre nas veias, falaram mais alto e então comecei, primeiro a tentar receber bolas com o pé, depois a apanhar ressaltos de bolas que iam caindo perto de mim e a chutar de volta e quando dei por mim estava completamente integrado como se nada fosse. Estava tão contente e focado que as dores na mão passaram me ao lado!

E ainda por cima estava-me a correr bem! Em dois contra-ataques consegui fazer uma assistência para um ensaio depois de quebrar a linha, e ainda, participar numa jogada, carregada de passes e offloads de encher o olho, para um segundo ensaio. Era suposto, a par do Iferemi Boladau “Bola”, participar em apenas duas repetições de 5 minutos deste jogo e depois voltar para a minha amiga “wattbike” mas ao fim dos segundos 5 minutos pedi ao treinador para continuar e, devidamente autorizado, assim foi.

Sentia-me bem, feliz e motivado e por isso, não preparado para o que aí vinha.

Uma lesão nada fácil…

No dia seguinte, ia tirar um raio-X à mão, e apesar de algumas dores durante o jogo do dia anterior, estava confiante que já estava curado. Já na sala de raio-x, tiro “fotografias” à mão nas 3 posições “Standard” que já tinha feito anteriormente e tudo ok, até, depois de alguns minutos de espera, me pedirem para tirar mais um raio-x numa quarta posição. Percebi imediatamente que algo estava errado, mas tentei manter-me positivo até ver os raio-x. O que fiz antes de me mandarem embora.

Apesar de apresentar algumas melhorias, ainda estava partida. Não queria acreditar. Curiosamente, depois de olhar para o raio-x no computador e de ver a minha mão partida, as dores aumentaram. Isto foi numa quarta-feira, e, portanto, o nosso dia de folga, e como se já não fosse suficiente não ter treino, tinha agora mais uma razão para ter um dia péssimo, que ainda ia ficar pior.

Triste, desmotivado e com a mão um pouco inchada, iniciei a minha caminhada matinal em direcção ao ginásio e com uma nada usual dor de cabeça, só para acrescentar à minha miséria. O Preparador Físico passou a manhã inteira a perguntar-me se estava tudo bem comigo (uma das contrapartidas de ser brincalhão e de tentar levar a vida com um sorriso é que quando estamos um bocadinho em baixo dificilmente conseguimos esconder) respondendo sempre que sim.

Com algumas dores lá fui fazendo o ginásio, ainda com um programa de treinos condicionado, e da parte da tarde voltei a encontrar-me com a minha inimiga/amiga “wattbike”, mas o curioso é que desta vez, em vez de fazer da minha vida um inferno, foi precisamente o contrário. Eu e o Bola repetimos um treino que já tínhamos feito umas semanas antes e, esperando mais uns minutos de sofrimento, ajusto a “wattbike” à minha medida e começo o treino. Para minha felicidade não sofri tanto como da primeira vez, ou seja, não sofri tanto para atingir as marcas estabelecidas pelo Muaz, e acabei o treino bem mais alegre e motivado.

Na última sessão de boxe, o treinador trouxe-me umas almofadas melhores para aguentar os socos do Bola (senti uma honra enorme em ter-se lembrado de mim, não queria acreditar que alguém tão conceituado e com tantos títulos no boxe tinha perdido tempo a pensar em mim e no que poderia ser melhor para mim) mas o engraçado, no meio do sofrimento dos exercícios extenuantes e do facto de ter aguentar com socos do Bola, é que estava um pouco mais de calor então quando havia uma série mais longa de socos seguidos, normalmente ao quinto soco, a almofada saía-me disparada da mão!

Depois da sexta semana de pré-época foi-nos concedida uma semana de férias, e depois de um team building que envolvia uns jogos e umas Camisas o mais parolas possíveis, aproveitei para regressar a Portugal e matar saudades da namorada, família e amigos. Desejoso por bom tempo, ainda consegui uns 3 dias de praia em Lisboa e no Porto o que já não foi mau! Mau foi ter de passar outra vez pelas despedidas. Não fica mais fácil.

O Patrick Vieira dos Titans!

De volta a Rotherham, o problema da mão estava ultrapassado, fez me bem a semana de descanso em Portugal. Voltei directo para o campo e comecei por integrar os jogos de condicionamento (várias formas diferentes de jogo ao toque) e com direito a alcunha, enquanto o Nick nos punha a par das constituições das equipas para o treino, apelidou-me de Patrick Vieira, rapidamente percebi que era eu…

Um futebolista e ainda por cima Vieira, só se podia estar a referir ao único Português na equipa, contudo os restantes jogadores ficaram um bocado confusos até perceberem que era eu.

Novamente cheio de vontade de ter a bola na mão arranco para tentar uma intercepção, e apesar de ter recuperado a bola após uma disputa com o Will Thomas, esta minha vontade voltou me a sair caro pois quando arranco para a bola o Will apercebe-se disto e tenta antecipar-se, o que resulta num choque forte entre a minha anca e talvez o joelho dele. Uma bela paralítica que ainda sentia no dia seguinte. No fim do treino o Fisioterapeuta quis testar a minha mão e pediu-me que o placasse e depois que fosse placado. Senti-me e bem e tive alta! Estava de volta!

No dia seguinte, começámos com uns exercícios de técnica de placagem, e para minha sorte, dei por mim num grupo composto por mim, 2 primeiras linhas, 1 segunda linha, 1 terceira e linha e um centro, mesmo o que eu precisava. Depois disto foi jogo 15vs15 Ataque vs Defesa. Que alegria! Estava de volta ao Rugby! Acabei o treino de rastos e ainda tinha a minha “Titans Tuesday” para participar.

O tema foi “7,8,9 Special” o que significava que ia ser eu(9), o Bola(8) e o Tom Calladine (7) “Calla”. Foi uma excelente hora e meia que passámos a darmo-nos a conhecer a cerca de 40 e poucas pessoas que fizeram questão de estar presentes. Tive oportunidade de conhecer a Lyndsey, a minha patrocinadora, que, amavelmente me fez uns óptimos pasteis de nata e um pequeno exemplo do quão duros estão a ser os treinos, foi o facto de ter tido uma cãibra enquanto estava sentado na minha cadeira. Felizmente acho que ninguém reparou, ajudou também o facto de ser o Calla com o microfone, um comediante nato e que naturalmente atrai o foco de toda a gente!

Ainda na mesma semana, fiquei no fim de um treino a ajudar um jovem médio de formação das escolas do clube com a placagem e o “boxkick“. Acho que foi muito bom também para mim porque obrigou-me a voltar aos fundamentos destas duas habilidades, dar um passo atrás, algo que devemos fazer de vez em quando.

Devo ter ficado uns 40 minutos a uma hora com ele. Fiquei um pouco desiludido porque não lhe dei o melhor de mim, o pai dele já tinha falado comigo antes para lhe dar umas dicas, tinha-lhe dito que teria todo gosto mas que primeiro gostava de voltar ao rugby a 100% e depois disso podíamos combinar um dia, mas quando cheguei para o treino da tarde, o Andy perguntou-me se me importava de dar as dicas hoje sobre placagem e “boxKick”.

Disse que sim, mas não tinha nada preparado previamente e valeram-me os anos de prática como treinador e jogador que me permitiram tirar alguns exercícios da cartola. Espero mesmo ter conseguido ajudá-lo.

Para acabar uma intensa semana de regresso, na tarde de sexta feira delineámos, em equipa, quais os objectivos para a época, que jogadores queremos ser, que postura devemos ter e que legado queremos deixar.

Foi muito positivo uma vez que houve uma grande sintonia naquilo que foi dito por todos. Depois desta reunião tivemos um jantar com todo o Staff do clube, num restaurante turco que se prolongou para um bar muito próximo, e serviu não só como team building mas também como forma de interagir com os patrocinadores do clube.

A semana seguinte não começou da melhor maneira. Depois ter estado constipado durante o fim de semana, o treino da tarde era novamente focado na condição física como seria de esperar, mas desta vez com mais rugby à mistura, felizmente.

Apresentação de Francisco “Mini” Vieira (Foto: Martin Gabriel Photo)

Francisco “Mini” Vieira… um nome a não esquecer

Foram criadas 4 equipas de 6/7 jogadores e fiquei numa equipa de 6 que acabou numa equipa de 5 por lesão de um jogador. Num dos últimos jogos, 1 jogador de cada equipa vestia um colete diferente durante 1 minuto e só os jogadores de colete é que podiam apanhar a bola do chão e dar continuidade ao jogo.

A ideia era que mal um jogador fosse tocado tinha de largar a bola e a partir daí o primeiro jogador com colete a chegar à bola podia pegar nela e jogar (caso os dois jogadores chegassem ao mesmo tempo podia haver disputa pela bola entre esses 2 jogadores).

Como devem saber, cansaço e raciocínio não costumam andar de mão dada (apesar de ser um dos grandes objectivos dos treinos físicos fazer com que essas duas palavras andem aos abraços! ) e até este ponto já tínhamos feito 4/5 jogos mais uns treinos de corrida pelo meio, a equipa onde me inseria já tinha perdido um jogador, eu já tinha sido pisado, no pé e pior, tinham-me pisado na mão recentemente curada que começava a inchar.

Já tinha feito o meu minuto no colete e tinha-me voluntariado para repetir na vez do jogador que se tinha lesionado (uma vez que este jogo se assemelha muito ao trabalho de um médio de formação dentro do campo, e eu preciso de ganhar forma e rotinas), e do outro lado, contra mim, estava o outro médio de formação, portanto tínhamos uma luta de 9s.

Se o objectivo do jogo era só trabalhar o físico, na minha cabeça estava a jogar pela camisola 9, pois para mim pensava que quem ganhasse este jogo recebia a camisola 9 numa bandeja. Claro que isto era só na minha cabeça, mas o desafio e a pressão estavam lá.

Com isto tudo em cima da mesa, a frustração começou a juntar-se ao cansaço e a ofuscar o raciocínio, e com umas pequenas ratices da outra equipa, que não promoviam a disputa da bola de acordo com as regras do jogo, agarrando a bola, empurrando-me, e agarrando-me, enfim, tudo coisas que fazem parte do jogo e que se não tivesse posto tanta pressão no exercício e se não estivesse tão cansado, ter-me-iam passado perfeitamente ao lado, mas não foi esse o caso.

Quando um jogador da outra equipa foi tocado e afastou a bola de mim e ainda me deitou ao chão, cedi à frustração e enquanto me levantava do chão, aquilo que deveria ter guardado para mim saiu-me em voz alta! Nada de muito grave, mas a reacção do treinador foi imediata ao motivar-me para a lutar pelo que quero e levantar-me e ir outra vez à luta!

Infelizmente pouco faltava para acabar o exercício e não consegui obter a minha pequenina vingança. Claro que depois de isto brincaram comigo não só pelo que disse mas também porque para eles parecia um italiano a falar inglês.

Contudo, do meu ponto de vista não tinha nada de engraçado, e ainda frustrado com o que se tinha passado, mas principalmente com o facto de ter cedido a essa frustração, e depois de ter feito uns boxkicks com o Rhodri (o outro médio de formação), peguei num saco com 12 bolas e fui sozinho chutar aos postes, tentar libertar alguma frustração.

Devo ter chutado à volta 45/50 bolas e naquele que eu tinha decido ser o último chuto, falhei. Não podia acabar assim. Fui a correr buscar a bola e chutei novamente e falhei outra vez, repeti o processo e voltei a falhar então desta vez trouxe duas bolas e disse a mim mesmo “se meteres o primeiro tens uma bola bónus para chutares de onde quiseres!” E resultou, meti o chuto!

Peguei na bola bónus e fui para o lado oposto do campo e agora sim, esta era a minha última bola do dia e queria mesmo muito acabar bem. Converti o chuto e a senti-me tão bem que comecei uma dança tímida com os dedos e os ombros e quando me volto para trás, depois deste momento de felicidade, para apanhar o cone, reparo que estão dois miúdos a passarem de bicicleta (este campo de treinos fica perto da estrada) e deviam ser da academia do clube porque me disseram adeus, ao que respondi tentando dar um ar calmo e tranquilo, mas tentando esconder todo o meu embaraço por me terem visto a dançar.

No treino seguinte marcaram presença dois árbitros com o intuito de explicarem a sua interpretação às novas Leis do jogo. Tivemos primeiro uma sessão de vídeo para abordar estas novas leis e depois, e aproveitando a sua presença, fizemos uns minutos de jogo sem limitações já com as novas leis em vigor.

O que é a semana de um profisional?

Momentos embaraçosos à parte, e ignorando o facto que desde que começou Agosto, só no dia 4 é que tivemos um dia inteiro sem chuva e só com algumas nuvens, uma semana tipo tem sido:

  • Segunda, acordar as 7:30h, pequeno-almoço e caminhada de 15 minutos até ao ginásio, fazer exercícios específicos de prevenção de Lesão e só depois o treino de ginásio, treino de skills a acabarem com extras de passe com Rhodri, almoço, às 14h reunião pré-treino e 14:30h treino da tarde ainda com um grande foco no condicionamento, extras de jogo ao pé, e ir chutar aos postes. Caminhada de 20 minutos desde o campo de treinos até ao clube para fazer banho de gelo e entregar as bolas, e nova caminhada de 15 minutos do clube até casa. Por volta das 17:30/18h estou em casa, leio um bocadinho (completamente viciado no livro do Jonny Wilkinson), faço jantar, falo ao telemóvel com a Rita e a minha mãe e vou dormir por volta das 22:30/23h;
  • Terça, mesmos horários e mesma “logística” de treino, mas geralmente no treino da tarde temos mais contacto e mais táctica;
  • Quarta, dia livre, acordar um pouco mais tarde por volta das 8:30/9h caminhar 10 minutos até à clínica privada do nosso fisioterapeuta, que fica muito próxima de minha casa, fazer uns exercícios de mobilidade e recuperação ativa e depois caminhar outros 15 minutos até ao clube para fazer uma sessão individual de jogo ao pé que consiste em cerca de 20/30 chutos da mão, 30/40 boxkicks e 20/30 chutos aos postes;
  • Quinta, repete-se a rotina de segunda e terça;
  • Sexta, tem sido um pouco diferente com uma sessão um pouco mais leve no ginásio e um treino da tarde bem mais curto em que os avançados treinam alinhamentos e formações ordenadas e os 3/4s as jogadas de fases estáticas.

Resumindo, tem sido uma experiência absolutamente fantástica onde tenho ido além dos meus limites diariamente, onde tenho aprendido imenso, onde estou constantemente fora da minha zona de conforto e sou desafiado diariamente! E adoro!

Ao mesmo tempo tenho recebido muito apoio das pessoas ligadas ao clube, através de mensagens no Facebook, Instagram ou Twitter e por contacto directo e melhor ainda, não é só de fãs do clube, mas de portugueses que estão cá a viver há alguns anos, tanto no Facebook, no avião ou até mesmo na rua, desejam-me sorte e perguntam se há alguma coisa que precise e que se esse for o caso para estar completamente à vontade para pedir ajuda seja no que for!

Um dos exercícios que normalmente fazemos como condicionamento são os chamados “90 seconds drills” onde durante 1 minuto e meio uma equipa só ataca enquanto que a outra equipa só defende, mas os defensores seguram em batentes, evitando assim placagems e contra-ataques. O objectivo, para a equipa que ataca, é começar numa área de ensaio e chegar à área de ensaio oposta dentro desses 90 segundos enquanto a equipa que defende tenta evitar que isso aconteça. Este exercício é particularmente desgastante, especialmente para os médios de formação, uma vez que todos os rucks são rápidos e vamos de um lado ao outro do campo explorando falhas na defesa o mais velozmente possível.

Lembro-me de um dos dias não me ter corrido particularmente bem. Falhei alguns passes e como se já não fosse suficientemente frustrante e inaceitável para mim, ainda ouvi um “estás a ficar preguiçoso, concentra-te” do treinador a meio do exercício.

São estes feedbacks que me tornam melhor, e agradeço cada um deles, uma vez que resultou em ficar com o Jamie e com o Andrew Foster “Fozzie” (que gentilmente se voluntariaram para me ajudar) a fazer passes do chão para eles receberem. Devo ter feito uns 20/25 passes o mais rápido que conseguia para tentar dominar a técnica no meio do cansaço.

Depois ainda fui sozinho para os postes passar com o máximo de força possível tentando acertar num dos postes. Precisava de me ouvir a acertar em cheio num alvo. 40 e poucos passes depois decidi pegar no meu cone e chutar umas 10/15 bolas, tentar limpar a cabeça para o dia seguinte.

Box Kicking Session! (Foto: Arquivo do próprio)

ENGLISH VERSION | VERSÃO INGLESA

“Today you will go on to the pitch. You can’t catch balls from the air, but see how you feel and we’ll go on from there”

Finally! I had permission to practice with the team! Even if it’s still not at 100% I accepted this little present I had been given. The practice in hands, was a backs session, focusing on our kicking game and our chase as a team, some sort of ping pong with a rugby ball, and the main idea was that both me and my Fijian friend were Shadow Runners, basically, running around the pitch non-stop forming a 2nd chase line. It was a nice way of saying we would be shuttling for 5 minutes non-stop, and the idea of being on the pitch would distract us from the real task of Conditioning.

As expected, not even a minute later, and in the true spirit of Professional Rugby players, the competitiveness in them came to life and they start kicking the ball to me (knowing I couldn’t catch the ball and, in that way, giving them some advantage), and as much as I would like to control myself, my hunger of playing the game mixed with the Portuguese blood running through my veins (that doesn’t let me back down from any challenge) started to control me. At first I was trying to use my football skills, catching the ball with my feet, but after a bit I came to the realisation that I was letting the balls bounce off the floor  so I started to catch them directly from the air, or trying to, and kicking them back.

I was so happy and focus that the pain in my hand was completely forgotten mainly because I was doing what I love (anda it was also going pretty well). I managed to set up a try after breaking the line and resolving successfully a 2 on 1 and I also participated on a move filled with passes and mouthwatering offloads that culminated with a beautiful try.

The idea was that me and Bola would only be on the pitch for 2 sets of 5 minutes and return  after it to my beloved Wattbike., But, after the 2nd set, I asked if I could stay and, with permission to carry on, I was happy as I could be. 

I was feeling quite good, happy and motivated and, therefore, completely unprepared for what was coming my way.

A hard and hars hand injury…

The next day I went for an X-ray to the hand, and, despite some pain during the game, I was confident that my injury was healed. In the X-ray room, they took the “pictures” of my hand and the same 3 standard positions that I had already done. So far, so good, until, some minutes later, they came back asking for a fourth in a different position. I immediately realize something wasn’t right, but tried to remain positive until I saw the actual X-rays.

Which I did before I left the room. I asked for a sneak peek and I could see that in spite some improvements, the hand was still broken. I couldn’t believe it. The funny thing is, right after I could actually see with my own eyes that my hand was broken, the pain got worse. This was on a Wednesday, our day off, and as if it wasn’t bad enough already to have a day off I now had another reason to have a bad day. The next morning, sad, unmotivated, with an unusual headache and with a swollen hand I started the day with my usual 15-minute walk to the gym.

Our S&C coach spent the whole morning repeatedly asking if everything was ok with me (one of the downsides of trying to live life with a smile and a positive attitude is that when you have your down moments you can’t really hide them) which I always answered the same “yeah yeah!” followed with a quick smile. With some pain on the hand I made it through the adapted gym session and on the afternoon, I was back on the Wattbike. However, this time, instead of making my life a living hell, it did exactly the opposite! I still suffered, don’t get me wrong, but, as me and Bola repeated the same workout we did a few weeks back, it didn’t seemed so hard to reach the same established levels this time, making me feel much more motivated and happy. 

On our last boxing session, the coach brought some special pads for me to be able to hold Bola’s punches, which made me feel truly honored that someone so respected in the boxing community and with such an amazing path in boxing had take the time to consider me and what might be better for my personal health! The funny thing is that on this day, it was a bit warmer than the usual meaning that when there was a slightly longer combination of punches, usually around the 5th punch from Bola, my pad would come out flying through the air. 

After our 6th week of preseason we were granted with a week-off, and after some team-building involving some card games and some ugly shirts, I flew back to Portugal for some quality time with my girlfriend, my family and some friends. Eager for some good Portuguese weather, I still managed to go to the beaches of Lisbon and Porto which could’ve been worse. The bad thing was going through all the farewells and goodbyes all over again, it doesn’t get easier…

Back to Rotherham, the hand problem was behind me, the week off in Portugal had done wonders.. I came back straight to full training and started off with some conditioning games (different ways of playing touch rugby, with different rules) and as the coaches filled us in on our different teams, I was entitled, by Nick Rouse, to the nickname of “Patrick Vieira”. Quickly I realized it was me, a footballer named Vieira, he could only be referring to the only Portuguese on the team, however the other players couldn’t immediately figure out who the hell was this new guy on the team called Patrick until they realized it was me.

The Titans Patrick Vieira!

Again, hungry for some rugby, I set off to intercept a miss pass from the opposing team and, as soon as Will Thomas, who was part of the opposition, realized I was going for the ball he tried to anticipate it resulting in a collision between my hip and maybe his knee. I managed to fight for the ball and gain possession but it costed me a nasty hit on my hip that I would still be feeling on the next day. After finishing the training session swifty wanted to evaluate my hand in some contact drills. So first tackle… good… second tackle… still good.. It all seemed ok both for me and for him. I am back!

The next day, we started the afternoon session with some tackling drills, and lucky me! I ended up in a group with 2 front rows, 1 second row, 1 back row and 1 center, just what I needed! After this drill we had some full on contact session 15 vs 15, Attack vs Defense. The joy! I was back at playing Rugby! I finished the session completely worn out and I still had a “Titans Tuesday” to attend to. It was a 7,8,9 special, meaning it would be me (9), Bola (8) and Tom Calladine (7) “Calla”.

It was an excellent hour and half talking with some of the club’s fans about ourselves individually and the team and just to give you a slight example of how hard training has been, I had a cramp while seated on my chair, fortunately, Calla had the mic and being himself, a natural speaker and a comedian, the focus was on him, and I believe no one saw me cramping however it was caught on camera!

Still on the same first week after the week-off, I stayed behind after a session helping a young scrum-half from Rotherham Phoenix with his tackling and his boxkicking. I found it to be very good for me as it forced me to take a step backwards on these two skills, which I think we should do from time to time. We probably stayed there for about 40/50 minutes. I was a bit disappointed because I couldn’t give him the best of me, his father had already talked to me before, and I said I would gladly help but first I would need to be out of my cast and be back at playing rugby at 100% and only after that we would arrange a session.

So, I was a bit surprised when Andy Key came up to me asking if I wouldn’t mind staying behind after the session for this. I said yes but only after I do my extras. So, after my extras I was meeting up with the young Scrum-half and trying to pass some of the knowledge I’ve gathered from the past few years in rugby. My years as a coach, and obviously, as a player came to my rescue and I was able to arrange some last-minute drills for this session. I really hoped I could help him.

To finish an intense comeback week, on Friday we defined, all together as a team, our goals for the season, the type of players we want to be, the posture we shall have as Titans and what legacy we want to leave. I found it to be very positive since we all seemed aligned in our thinking and after this team meeting we went for a Team building dinner with the entire staff that prolonged in to a close by bar. This was a Team building exercise not only with that purpose but also was an intelligent way to interact with some of the club sponsors. 

The following week didn’t start the way I would like it to start. After being with a cold for the weekend, the afternoon session was once again mainly focused on our conditioning, as you might expect, however this time it had a bit more of rugby. The Coaching staff designed 4 different teams of 6/7 players and I was assigned to a team of 6. In one of the last games, 1 player of each team would wear a vest for 1 minute, the general idea was that when a player was touched he had to put the ball on the ground and from then on only the players in the vest could pick it up again (if both players wearing a vest arrived at the ball at the same time, they could try and dispute the possession of the ball).

As you might know, tiredness and reasoning don’t actually hold hands, and the conditioning purpose is that these two actually start getting along just fine, and up to this point we had already made some 4/5 games with some conditioning runs in between. The team were I was, had already lost a player, so we were down to 5, I had been stepped on my foot and even worse, on my freshly healed hand that now was starting do get stiff and swollen and I had already done my minute on the vest.

Apresentação de Francisco “Mini” Vieira (Foto: Martin Gabriel Photo)

The Battle of the scrum-halves

Since our team had a missing player, I volunteered to wear the vest once again for the last minute of the game (this is a very similar work to what a scrum-half has to do on the pitch and I want to improve my fitness level as high as I can and at the same time get my routines going, this is what went through my mind before volunteering). As I putted the vest I realized that Rhodri was the one putting the vest on the other team, so, for the last minute, it would be a battle of 9s. In my mind we would be playing for the number 9 shirt. And I wanted it! I’ve just assigned all that pressure to the exercise even if the only purpose of the game was to gain some Fitness.

 Assigning all that pressure to the exercise turned out not to be the best of ideas since all the frustration began to appear and to join forces with the fatigue, killing my reasoning. After some clever moves from some players of the other team, that are part of the game and I couldn’t care less if I hadn’t put so much pressure on the exercise, like some grabbing, or some smart placing of the ball or even some shoving I had enough, and this was clearly harming my dispute for the number 9 shirt!

So, when one of the other team’s players has the ball, pushes me back and after all that still knocks me to the ground I shouted what I should’ve kept for myself. Nothing to serious or even harmless, but nonetheless I shouldnt’ve said it. Andy’s immediate reaction was to incentivate me to fight for what I want. Unfortunately, time was up and I couldn’t get my little vengeance.

Obviously after this moment of frustration the banter was immense mostly because, for the other players, I sounded a bit Italian, but from my point of view this was far from funny and still a bit frustrated with what happened on the pitch but mostly because of the way I had given in to that frustratio. So to cool it off I did my extras with Rhodri, I gathered 12 balls and I went alone to kick at goal. I probably kicked 45/50 times and the one I said would be the last, I missed.

Well, I couldn´t end like this. I ran for the missed ball, picked it up and kicked it again. Another miss. Nop. I won´t leave until I get this right. After this I brought 2 balls and said “if you kick this one over I’ll grant you with an extra kick from anywhere you want”…  this seemed to have done the job. I kicked it in and after went to the opposing touchline and also slotted that one in.

I was happy again and did a little happy dance with my shoulders and fingers and not only when I turned back to pick up my kicking tee did I notice two young kids passing with their bikes and looking at me. They probably were from the Academy because they had rugby shirts and waved at me to which I waved back trying to hide any signs of embarrassment. 

On the next afternoon session, 2 referees came by to talk us through the new changing of the laws. We had a little video session and after it, on the pitch we went full on with one of the refs whistling the game according to the new laws.

One of the exercises we normally do is a conditioning rugby drill where a team starts in their touchline and has 90 seconds to score on the opposite touchline against a team holding tackling bags.

This is a very hard drill especially for the scrum-halves. I remember one day it didn’t went particularly well for me, I missed a few passes and as that wasn’t enough and completely unacceptable for me, Andy said I was getting lazy on my technique and that I should focus on it.

These are the type of feedbacks that I appreciate and that eventually will make me improve and get better and I thank each and every one of them, but I cannot accept being lazy and after the session, once again, stayed behind with Jamie Cooke and Andrew Foster, that have so kindly volunteered to help me, just passing the ball from the ground as fast as I could with the minimum rest in between so that I could work on the technique under fatigue.

After 20/25 passes later, Jamie and Fozzie went home and after I thanked them for their help I picked up the balls and went alone to the goal posts. This time I was trying to hit the post as hard as I could. I needed to hear myself hitting the bullseye. 40 odd passes later I went to do some 10/15 kicks at goal, just to clear my mind for the next day. 

To sum up, it has been an amazing experience where I push myself to my limits everyday, where I am constantly out of my comfort zone. I am challenged everyday and most importantly I’m learning new things and I absolutely Love it! At the same time the support I get from everybody at the club through my facebook, instagram, twitter or personally in the streets or around the clubhouse is absolutely fantastic and there is even some Portuguese people that are living here in the UK that message saying good luck and making themselves available for any help I might eventually need.

Box Kicking Session! (Foto: Arquivo do próprio)

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É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


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