Rodrigo Pinho. “Fiquei muito feliz pela forma como fui recebido pelos adeptos”

Romário IvoNovembro 30, 20176min0
Entrevista em exclusivo com o striker do Marítimo Rodrigo Pinho! Fica a conhecer um pouco melhor o avançado brasileiro que desponta na Madeira
Rodrigo Pinho é por estes dias um avançado feliz no CS Marítimo, com 8 golos em 16 jogos pelos verde-rubros. Um avançado letal, com um instinto felino que já fazia falta desde os tempos de Makukula, Baba ou Marega. O striker fala sobre os seus anos no Madureira, as lições de vida e do futebol e da carreira pelo Marítimo.
Como está sendo a adaptação a vida e ao futebol de Portugal nesses três últimos anos?

RP. O primeiro ano foi bem complicado. Era minha primeira vez fora do Rio de Janeiro, longe de toda família e acabei sofrendo com lesões também. O segundo já foi mais tranquilo, minha esposa ficou grávida, tínhamos sempre coisas para fazer, preparar tudo para chegada do nosso filho, então foi um ano muito especial. Hoje já me sinto completamente adaptado a vida e ao futebol de Portugal.

Foto: Lusa
Como é a estrutura do CS Marítimo?

RP. Surpreendeu-me muito positivamente. Tem uma estrutura muito boa, com um centro de treinamento que tem tudo. Um estádio muito bonito também.

A escolha do futebol por sua parte, partiu pelo motivo de seu pai ter sido um futebolista? Ele ainda te orienta nos caminhos para a baliza?

RP. Sim, sempre tive esse sonho de ser jogador de futebol. Meu pai não queria muito que eu seguisse esse caminho, mas mesmo assim fui atrás do meu sonho. Hoje em dia conversamos muito sobre futebol. Após meus jogos passamos uns 30 minutos conversando sobre a partida.

O que tens a dizer sobre o carinho dos adeptos do Marítimo até aqui para com o clube e para com você?

RP. Fiquei muito feliz com a maneira que fui recebido aqui no clube pelos adeptos. Estão sempre a nos apoiar, sempre presentes nos nossos jogos aqui na ilha e com certeza são importantíssimos nessa invencibilidade que estamos mantendo jogando no nosso estádio.

Quais são as ambições do Marítimo na Primeira Liga?

RP. Temos um primeiro objetivo que é chegar aos 30 pontos. Depois que alcançarmos esse, traçaremos outra meta .

O que a equipe precisa fazer na sua opinião, para poder alcançar estes objetivos?

RP. Temos que pensar jogo a jogo, mantendo nosso foco, nossa união e pensando sempre no coletivo em primeiro lugar.

Qual o segredo do seu bom desempenho individual em prol da equipe nesta temporada?
RP. Primeiro acho que fizemos uma grande pré-época, que é crucial no desempenho do atleta na temporada e também a sequência de jogos que venho tendo como titular que me fez readquirir a confiança necessária para mostrar meu futebol.
Foto: Lusa
O que faltou para que você conseguisse mostrar o seu futebol no Sp. Braga?

RP. Como eu disse, minha primeira temporada foi complicada pois tive uma lesão difícil. Tive que passar por cirurgia e depois acabei sendo emprestado. Na segunda temporada me passaram que o mister não contaria comigo, por isso não fiz a pré-época com o grupo. Só em novembro comecei a treinar com a equipe B, fiz alguns jogos e voltei para a equipe principal, mas nunca tive uma sequência de jogos como venho tendo aqui no Marítimo. Nesse 2 anos no Braga joguei 5 jogos como titular apenas.

Seu início de carreira no futebol brasileiro foi espetacular com o Madureira, o que guardas de recordação mais especial deste período no clube carioca?

RP. Tínhamos uma grande equipa. Acho que o diferencial naquela equipa é que éramos não só unidos dentro de campo, mas fora dele também. Fiz grandes amigos que vou levar para minha vida toda. Tenho um carinho muito grande pelo clube.

Não tem como não tocar nesse assunto da tragédia que aconteceu com os eternos jogadores da Chapecoense e esta semana faz-se um ano do ocorrido. Você tinha amigos na delegação, no clube e qual a maior lição desse triste acontecimento?

RP. Conhecia alguns apenas de jogar contra. A maior lição é que devemos aproveitar cada momento das nossas vidas. Não deixar de abraçar, beijar seu filho, sua esposa, seus pais porque não sabemos o que pode acontecer no dia de amanhã.

Como tem sido trabalhar as ordens de Daniel Ramos? Qual a partida mais especial até o momento com o CS Marítimo?

RP. É um grande treinador e não é de hoje que vem mostrando isso. Sabe o que cada um pode render dentro de campo e está fazendo um excelente trabalho no Marítimo. Para mim a partida contra o Tondela, pelo golo que fiz. E que acabou me rendendo com o prémio de melhor golo do mês de outubro. Um golo que vai ficar marcado na minha vida.

Mesmo distante do Brasil, você tem acompanhado o futebol brasileiro? O que achas que irá acontecer na última rodada do campeonato brasileiro (g7, rebaixamento)?

RP. Sempre que posso acompanho sim. Torço para que as equipas do Rio consigam a vaga na libertadores e acho que o Sport ainda consegue se livrar do rebaixamento.

Quais são os seus planos para o futuro no futebol europeu?

RP. Pretendo jogar em outras Ligas aqui na Europa e disputar a Liga dos Campeões.

Tem alguma mensagem final para os nossos leitores e também os adeptos do Marítimo?
RP. Desejo a todos um bom final de ano e um excelente 2018. Aos adeptos do Marítimo que continuem nos apoiando pois essa época será de muitas alegrias para todos nós.

Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS