Ricardo Gonçalves. “O objectivo da Académica é ganhar a Taça!”

Francisco IsaacAbril 16, 20186min0

Ricardo Gonçalves. “O objectivo da Académica é ganhar a Taça!”

Francisco IsaacAbril 16, 20186min0
O capitão da Académica de Coimbra, Ricardo Gonçalves, fala dos objetivos dos "Pretos" para o que resta da época, numa altura em que se preparam para a final da Taça!
Ricardo, excelente época que a Académica está a realizar… poderia ser ainda melhor?

RG. Poderia, infelizmente tivemos uma quebra de rendimento fruto de uma onda de lesões graves, no entanto penso que a equipa soube manter a personalidade, levantou a cabeça e fruto de muito trabalho colmatou as dificuldades e está novamente coesa e muito forte.

Há algum segredo para o facto do Estádio de Taveiro ser uma autêntica fortaleza? Qual é o vosso objectivo para 2018?

RG. Penso que a qualidade do rugby praticado tem levado muita gente a assistir aos jogos, isso aleado à vontade e disponibilidade que têm sempre para nos apoiar e puxar por nós tem sido fundamental. Objetivo estar no top4 e ganhar a TP.

Para ti qual foi, para já, o momento alto da época? E a vitória na Taça de Portugal contra o CF “Os Belenenses” é um claro sinal que estão cá para ganhar um troféu?

RG. Houve vários, o facto de estarmos no top6 e que causou surpresa nos clubes de Lisboa, o momento de destaque penso que foi a vitória sobre o Belenenses e a sequência de vitórias que se seguiram. Um dos nossos objetivos é ganhar a Taça de Portugal.

Como começaste a jogar rugby? Sempre foste atleta da Briosa?

RG. Comecei a jogar rugby por influência de alguns amigos e de alguns colegas de escola, antes de começar já tinha insistido com os meus pais para experimentar. Sempre fui atleta da académica, Briosa é do futebol ahahah.

Jogas actualmente na primeira-linha, correcto? Foi a tua posição desde o início ou tinhas outro posicionamento em campo?

RG. Sempre joguei na primeira-linha, primeira época como talonador, mas a partir da segunda época joguei sempre a pilar, nos últimos anos quase sempre a pilar esquerdo.

Consegues explicar o que é jogar na primeira-linha? Fazes algum trabalho complementar fora ou antes dos treinos?

RG. Não é fácil explicar, é algo que se entende muito através da experiência. Tem de se gostar, treinar e jogar lá. É fundamental fazer um trabalho acrescido para lidar com a maior exigência física que a FO apresenta.

A avançada da Académica é uma estrutura inabalável? Qual é a explicação para o vosso excelente trabalho nos rucks e formação ordenada?

RG. A avançada da Académica é um departamento sólido, apesar das lesões que tivemos ao longo da época e que afastou vários jogadores o grupo continua coeso. O trabalho passa pela qualidade do treino quer especifico quer individual e a mentalidade que o grupo põe em cada acção.

O departamento da avançada (Foto: Fernando Soares Fotografia)
Houve algum momento em que pensaste desistir de jogar? E aquele momento que fez-te apaixonar pela modalidade?

RG. Desistir nunca me passou pela cabeça, o momento que me fez apaixonar pela modalidade foi um período menos bom enquanto membro de uma equipa de juniores da AAC em que perdemos os jogos quase todos mas crescemos como grupo e como amigos de tal forma que grande parte desse grupo ainda representa a AAC.

Gostavas de jogar na Selecção Nacional? Achas que actualmente há uma maior oportunidade de atletas da Académica ingressarem nos Lobos?

RG. Já tive uma assumida ambição de representar a seleção nacional, no entanto conciliar a vida profissional com a vida desportiva nem sempre é fácil. A oportunidade reflete o trabalho que se realiza em Coimbra, é o reflexo do trabalho individual, mas também coletivo, mas creio que neste momento há vários jogadores da AAC que podem representar a seleção.

O João Luís Pinto exige muito de vocês? O que vocês melhoraram bastante nos últimos anos?

RG. A exigência dele é condizente com a dedicação e empenho com que desempenha a função de treinador. Creio que melhorámos muito ao nível físico, organização, motivação e mentalidade.

A Académica de Coimbra é das equipas mais jovens do campeonato Nacional… o vosso futuro passa por aqui?

RG. Sim, temos uma equipa jovem, se o grupo se mantiver unido e com o trabalho da formação este será o nosso futuro.

Já há mais rugby na Região do Centro? Vocês têm feito algum trabalho em escolas e outros estabelecimentos de ensino?

RG. Penso que sim, vários clubes têm desenvolvido um bom trabalho ao nível da promoção na região centro, a AAC tem trabalho junto de várias instituições com o intuito de apresentar a modalidade e captar jovens atletas para ingressarem nas equipas da formação.

Agora umas perguntas mais “calmas”: jogador mais intenso nos treinos? E o jogador que não sabe fazer outra coisa que não gozar?

RG. Há um conjunto de jogadores que treina sempre com muita intensidade, quanto aos que gozam é transversal quando há momentos para tal.

Escolhe uma das duas: ganhar a Taça de Portugal e fazer um novo calendário daqueles ou chegar à final do Campeonato e ter de jogar à ponta?

RG. Ganhar a Taça.

Jogador-exemplo da Académica? E do rugby português?

RG. Jogador exemplo da AAC António Salgueiro e do rugby português Vasco Uva.

Melhor jogo que já estiveste envolvido? E o teu melhor ensaio?

RG. Creio que já disputei bons jogos de rugby, mas aqueles que são jogados até ao fim são os mais exigentes e os que dão mais gosto. Melhor ensaio foi este ano contra o CRE para a fase de grupos.

Nova Zelândia, Austrália, Inglaterra? E porquê?

RG. Nova Zelândia, qualidade do rugby praticado, intensidade e mentalidade dos jogadores.

Mako Vunipola, Tadh Furlong ou Owen Franks?

RG. Tadh Furlong, penso que o melhor pilar direito da atualidade. Mas sou um adepto do Thomas Domingo.

Queres deixar uma mensagem para os teus colegas de equipa, adeptos da Briosa e restante comunidade do rugby português?

RG. Eles sabem o que penso deles e acho que têm dado grande prova de que os resultados que temos conseguidos não têm sido meros acasos e que em Coimbra joga-se rugby de grande qualidade.

Ricardo Gonçalves no apoio (Foto: Luís Cabelo Fotografia)

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