José Roque. “O rugby português está finalmente na divisão que merece estar!”

Francisco IsaacJaneiro 4, 20205min0
O internacional português José Roque mudou-se para o CDUL neste Verão e começou assim um novo capítulo na sua carreira de jogador. A entrevista em exclusivo no Fair Play
José Roque, os últimos 5 meses foram extremamente movimentados para ti já que foste campeão do CN1 18/19, tricampeão europeu de sub-20 e vice-campeão WR Trophy e, finalmente, uma mudança para o sempre candidato ao título Nacional CDUL… foi fácil gerir tudo?

Não, não foi fácil. Foi complicado pois a final do CN1 e o europeu coincidiram na mesma altura, o que fez com que eu não pudesse ajudar o RCM a ser campeão. O trophy também calhou numa altura chata da vida de um estudante, mas lá deu para conciliar tudo. A mudança para o CDUL diria que foi o mais fácil de “gerir”, pois já conhecia o clube e estou muito entusiasmado com o projeto!

Foi fácil sair do RC Montemor para o CDUL? Houve alguma coisa que te apanhou desprevenido nesta chegada ao clube lisboeta?

Não foi fácil sair do Montemor, lá é onde tenho grande parte dos meus amigos e por ser um meio “pequeno” criamos uma grande ligação entre nós. É uma grande casa, aproveito para agradecer a forma como fui recebido e tratado!

Eu já conhecia o clube, estive um ano a jogar nos sub 18 do cdul, e voltei a encontrar grande parte da rapaziada que me acompanhou nessa época, e  muitos outros já tinha tido contacto com eles na seleção, portanto não foi difícil adaptar me em termos sociais.

Mentalmente como começaste a pré-época? Estabeleceste alguns objectivos iniciais nesta nova aventura?

A pré época começou bastante cedo, e o objetivo principal que tinha era pôr me na melhor forma possível para começar o campeonato bem. Foi duro mas acho que conseguir cumprir.

O projecto do CDUL é prometedor, já que para além de ti chegaram mais uma série de jogadores de alto calibre… existe alguma pressão extra no plantel?

Com ou sem esses jogadores, penso que há sempre pressão num clube como o CDUL. Claro que com esta chegada de novos e bons jogadores a pressão que temos em cima é maior, a competitividade interna é maior, o que acaba por ser positivo, pois faz-nos trabalhar mais e melhor.

Qual é o sentimento geral da equipa em relação ao que querem fazer nesta temporada?

O objetivo está bem definido, sabemos o que temos que fazer para o alcançar, vai ser duro sem duvida alguma mas penso que a equipa está com muita vontade de o cumprir.

Foi-te difícil abandonar o Montemor? Que melhores memórias guardas?

Sim, não foi fácil pois tenho lá os meus amigos mas a vida é feita de escolhas e penso que fiz bem ao abraçar novos desafios.

Há muitas… Pode parecer ridículo mas tenho muitas saudades das viagens que fazíamos nos treinos de quarta feira até Montemor. Eram sempre muito animadas, graças a um ou dois “tontinhos” que metiam a malta toda a rir(risos). Na volta para lisboa tínhamos uma paragem obrigatória nas bifanas de Vendas Novas,  o que era ótimo!

Sentes que a conquista dos títulos ajudou-te a preparar para um nível cimeiro do rugby português?

Sim claro! Mas não nos podemos esquecer que por detrás dessas conquistas há muito suor e trabalho!

Como tem sido trabalhar sob a chancela do Professor João Pedro Varela, João Lino e Gonçalo Foro? Os treinos têm sido altamente exigentes?

Estou a gostar muito de trabalhar com eles! Todos eles têm um grande conhecimento do jogo e também grandes ideias para nós metermos em prática!

Os treinos são muito exigentes, o que é bom, pois se queremos estar lá em cima temos que trabalhar muito e bem, e acho que eles nisso têm feito um trabalho espetacular.

Objectivo é regressar aos convocados para jogos oficiais da Selecção Nacional de XV?

Claro que sim! Acho que um dos objetivos de qualquer jogador tem que ser representar o nosso país da melhor maneira e ao mais alto nível!

Vais ter saudades dos sub-20? Que lições tiraste da participação nas várias competições internacionais disputadas?

Sim vou ter muitas saudades, foram dois grupos de trabalho muito bons e penso que temos todos uma grande ligação fora de campo, tanto os jogadores entre si como com o staff!

Aprendi muitas coisas mas queria realçar uma, penso que no rugby cada vez mais é importante o coletivo, claro que faz parte haver uma individualidade ou outra, mas dentro e fora de campo quando a o grupo está unido e bem, tudo se torna mais fácil.

Perguntas rápidas: o jogador-exemplo para ti a nível nacional e internacional?

Nacional: David Wallis

Internacional: Kieran Read

Melhor líder com quem já jogaste?

Zé Luis Castro em Montemor, um exemplo dentro e fora de campo!

Gostava de referir também o Tomás Appleton, é o primeiro ano que estou com ele e é um grande líder!

Preferias ficar num para um com o José Rodrigues ou tentar passar pelo Manuel Nunes?

Venha o Diabo e escolha! (risos)

A tua melhor qualidade? E a que gostavas de melhorar?

Acho que até tenho uma boa leitura de jogo e sou inteligente a jogar!

Gostava de melhorar a intensidade com que faço as minha ações, quer a defender como a atacar.

Umas palavras para o público português que acompanha o CDUL, a Selecção Nacional e o rugby?

Gostava de deixar a seguinte mensagem: o rugby português finalmente está a competir na divisão onde merece estar! Acredito que com os resultados que temos tido nos últimos anos nas camadas jovens, estamos a construir uma base sólida para nos afirmarmos nesta divisão! Queremos contar com o apoio de todos para alcançarmos os objetivos traçados!


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS