Francisco Isaac, Author at Fair Play - Página 5 de 149

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Francisco IsaacJaneiro 2, 20244min0

O Sporting Clube de Portugal tem completado uma série de grandes transferências nos últimos 7 ou 8 anos, desde Pedro Porro, Nuno Mendes, Bruno Fernandes, Matheus Nunes, Manuel Ugarte, entre outros, demonstrando a classe do clube leonino enquanto bom potencializador de atletas. No top-10 estão estes nomes todos e mais um, o de Islam Slimani. O argelino chegou a Alvalade no Verão de 2013 vindo do emblema argelino CR Belouizdad a troco de uns meros 300 mil euros, sendo que era um perfeito desconhecido para a larga maioria dos adeptos portugueses ou mesmo internacionais.

Quando Slimani chegou a Lisboa circulava um discurso de constantes dúvidas em redor do argelino, desde dúvidas se era realmente um bom finalizador; se tinha sequer qualidade para actuar fora da grande-área; e se era um jogador de pés “quadrados”, carecendo de talento para circular a redonda. A verdade é que passado uns poucos anos, o ponta-de-lança não só melhorou todo o seu reportório enquanto goleador, como cresceu no domínio do esférico e no fazer a equipa jogar, realizando 20 assistências no decorrer dos 100 jogos realizados de “leão” ao peito. Mas vamos por partes.

Na temporada 2013/2014, Slimani demorou a “pegar”, com o seu primeiro jogo com titular a chegar em Dezembro de 2013 frente ao CD Nacional. Antes já tinha se estreado a marcar no campeonato com um golo frente ao CS Marítimo, que ditou uma vitória por 3-2 para os verde-e-brancos. A titularidade implacável veio na recta final da época, a começar no dia 1 de Março, nunca mais perdendo o estatuto de ponta-de-lança chave dos “leões”. No Verão de 2014 ajudou a Argélia a chegar aos oitavos-de-final do Mundial de futebol, marcando 2 golos e assistindo para outro, um marco histórico para o futebol deste país do norte de África. A valorização do ponta-de-lança subiu e na temporada seguinte voltou a deslumbrar, aplicando 15 golos em 27 jogos, ajudando os “leões” a conquistar a Taça de Portugal frente ao SC Braga, numa final memorável.

Mas a época em que brilhou com mais força foi a de 2015/2016, que acabaria por forçar ao Leicester abrir os cordões à bolsa e pagar cerca de 31M€ pelo avançado. Em 45 jogos (38 como titular), Slimani atirou acertadamente para o fundo-das-redes por 31 vezes, conseguindo ainda seis assistências e terminar como um dos MVPs da temporada, e o segundo melhor marcador na Primeira Liga, só atrás de Jonas. Slimani era uma ameaça na área, que com uma nesga de espaço era capaz de fazer dano na baliza contrária, assumindo um protagonismo titânico na equipa então treinada por Jorge Jesus.

Aquele argelino que foi apelidado de “tosco” quando chegou em 2013, tinha se tornado num sofisticado avançado que podia tanto enviar o esférico com violência para dentro das redes, como fazer um drible genial e meter a bola perfeitinha nos pés de um colega de equipa. Com a época de 2015/2016 a começar, o Leicester acabou por avançar com 31M€ e arrancou-o de Alvalade, com os “leões” a encherem os cofres com um jogador que tinha custado uns meros 300 mil euros em 2013. Uma aposta de estrondoso sucesso e que abanou com várias críticos que tinham classificado Slimani como um jogador sem qualidade para estar em Portugal, não esperando para ver no que ia dar.

Olhando para aquele Verão de 2013, muitos recordarão como alguns adeptos diziam que “Ghilas é que foi uma contratação de topo e que Slimani é apenas um clone pobre” ou que “Slimani? Nunca jogou na Europa, tem lá talento para jogar cá.”, frases que hoje estão no panteão das piores previsões possíveis dessas temporadas do futebol português. Slimani cravejou uma carreira de sucessos, com conquistas em Portugal, uma ida positiva até Inglaterra e França, atingido um total de 150 golos desde que chegou à Europa com 25 anos.


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