Arquivo de Taça Davis - Fair Play

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André Dias PereiraNovembro 30, 20223min0

O Canadá sagrou-se, pela primeira vez, campeão da Davis Cup, a mais importante competição de seleções de ténis. Os canadianos tornaram-se o 16º país a conquistar o título por equipas, ao fim de 109 anos de participações. E para isso muito contribuiram Shapovalov e Felix Aliassime. Os dois tenistas foram essenciais no triunfo sobre a Austrália por 2-0.

Mas vamos por partes. Shapovalov começou por vencer Thanasis Khokkinakis, por 6-2 e 6-4. Seguiu-se o triunfo de Aliassime sobre De Minaur por  6-3 e 6-4.

Esta foi a segunda vez que o Canadá chegou à final. A primeira aconteceu em 2019, mas não levou a melhor sobre o favoritismo de Espanha. Esse foi também o ano em que a competição adotou o atual modelo de Finals. Desta vez, os canadianos detinham algum favoritismo. Até porque os australianos estavam desfalcados de Nick Kyrgios, um dos jogadores em melhor forma no circuito.

Ao todo a Austrália já venceu a competição por 28 vezes (incluindo o período em que era Australásia), a última das quais em 2003. O maior campeão é, contudo, os EUA com 32 títulos, o último em 2007.

O triunfo canadiano revela o crescimento do país na cena do ténis mundial nos últimos anos. No mais, Felix Aliassime, tem vindo a consolidar-se no top-10. Aos 22 anos é já número 6 mundial. E isso muito se deve ao grande ano de 2022 onde alcançou todos os 4 títulos que conquistou como profissional: Basileia, Antuérpia, Florença e Rotedão. Foi ainda finalista vencido em Marselha e jogou o ATP Finals, vencendo ainda a Laver Cup.

Alemanha e Itália no caminho

Shapovalov, 23 anos, é 18 do mundo e também um dos mais talentosos do circuito. Tem tido alguns altos e baixos, é certo, mas é um jogador que pode vencer qualquer um. O ano de 2022 trouxe alguns dissabores, como as derrotas nas finais de Viena e Seul. Mas se no plano individual as coisas não lhe correram bem, por equipas conquistou a Laver Cup e agora a Taça Davis.

O percurso para chegar à final não foi fácil. Os canadianos tiveram que afastar primeiro a Alemanha e depois Itália. Em ambos os casos, a vitória foi por 2-1. Contra os alemães, Aliassime e Pospisil fizeram a diferença. Primeiro, Aliassime diante Oscar Otte (7-6 e 6-4) e depois Pospisil e Shapovalov, em duplas, contra Tim Puetz e Kevin Krawietz (2-6, 6-3 e 6-3). Uma vitória de virada, após melhor início dos alemães com triunfo de Jan-Lennard Sruff sobre Shapovalov (3-6, 6-4 e 7-6).

Contra os italianos, novamente uma reviravolta. Os transalpinos começaram por ganhar em jogo individual. Sonego levou a melhor sobre Shapovalov (7-6, 6-7 e 6-4). Só que os canadianos reagiram por Aliassime, que levou a melhor diante Musetti (6-3 e 6-4). E depois, em duplas, com Alassime e Pospisil a ganharem aos favoritos Matteo Berrettine e Fabio Fognini (7-6 e 7-5).

Neste torneio, destaque também para a Croácia, que alcançou as semi-finais, deixndo para trás Espanha. Os croatas contaram nas suas fileiras, entre outros, com Marinc Cilic e Borna Coric. A Espanha não contou com as suas maiores estrelas (Nadal e Alcaraz) mas tinha Bautista Agut, Ramos Viñolas, Pedro Martinez e Marcel Granollers.

Já os EUA cairam nos quartos de final, diante Itália (2-1). O seu último título foi em 2007.

André Dias PereiraNovembro 26, 20182min0

Marin Cilic foi elevado à categoria de herói nacional. Ao vencer o francês Lucas Pouille (7-6, 6-3 e 6-3), o número sete mundial carimbou o terceiro ponto  sobre a França (3-1) e o segundo título da Croácia na Taça Davis, a mais importante competição de selecções de ténis.

Jogado no estádio Pierre Maruoy, em Lille, a França apresentava-se como a grande favorita. Não só pela tradição – 10 títulos – mas também porque jogava em casa e tinha um elenco recheado de estrelas. Entre outros, Lucas Pouille, Jo Wilfred Tsonga e Jeremy Chardy. Já a Croácia, tinha Marin Cilic e Borna Coric como principais trunfos.

Coric abriu vantagem para a Croácia, vencendo Chardy por 3-0 (6-2, 7-5 e 6-4). Cilic ampliou a vantagem ganhando ao experiente Jo Wilfred Tsonga (6-3, 7-5 e 6-4). O melhor que os gauleses conseguiram foi reduzir a desvantagem no jogo de duplas. Herbert e Mahut levaram a melhor sobre Dodig e Pavic (6-4, 6-4, 3-6, 3-6 e 7-6).

Cilic foi depois chamado de novo a jogar. E contra Pouille o croata fez jus ao seu favoritismo para fechar a final por 3-1 e devolver um título que fugia desde 2005. O treinador Yannick Noah tinha optado, à última hora, por trocar Jeremy Chardy por Pouille. Uma estratégia que se revelou infrutífera e que visava recrear o heroico triunfo sobre Steve Darcis o ano passado. A França não conseguiu, porém, tornar-se a primeira equipa a recuperar de uma desvantagem de 2-0.

Por seu lado, a Croácia revisitou a vitória de 2005. Os croatas eram, então, liderados por  Ivan Ljubicic e Mario Ancic. Em 2016, estiveram perto de voltar a vencer, contudo a Argentina levou a melhor por 3-2.

Taça Davis muda em 2019

“Não é todos os dias que te tornas campeão mundial. É um sonho tornado realidade”, disse Cilic. O troféu finaliza com chave de ouro um ano de altos e baixos para o gigante, em que venceu também o torneio de Queens.

Esta foi a última edição da Taça Davis antes da mudança de figurino. A partir do próximo ano os jogos, ao invés de serem jogados ao longo de todo o ano, deverão ocorrer todos em uma semana, em Novembro. Alguns jogadores, como Zverev, estão relutantes quanto a essa possibilidade.

Os paíse serão divididos em seis grupos, onde todos jogarão entre si. Dos 18 finalistas,12 são definidos através de uma fase de qualificação, envolvendo 24 países, e que será jogada em Fevereiro. Também participam da fase final os quatro semi-finalistas de 2018 e dois convidados. Os seis vencedores dos grupos, mais os dois segundos melhores classificados, apuram-se para os quartos de final.

André Dias PereiraAbril 9, 20183min0

Portugal não conseguiu superar a Suécia no playoff de apuramento para o Grupo Mundial da Taça Davis. A equipa lusa foi afastada, este sábado, por 3-2. A partida da decisiva jogou-se em Estocolmo e era referente à segunda eliminatória do Grupo 1, da zona Europa/África.

João Sousa, número um português, esteve em bom plano vencendo os dois jogos singulares em que participou. Diante Elias Ymer e Mikael Ymer o vimarenense conseguiu o mesmo resultado: duplo 6-4.

Menos bem esteve Gastão Elias, que perdeu ainda na sexta-feira perante Elias Ymer, 133 do mundo, por 7-6 (13-11) e 6-4. No sábado, no jogo de pares, a dupla Elias e Sousa perdeu para Markus Eriksson e Robert Lindstedt por 7-6 (8-6) e 6-2. No quinto e decisivo jogo, Gastão Elias, 106º do mundo, perdeu com Mikael Ymer (355.º), por 6-3 e 6-4.

Ymer, 19 anos de idade, é um dos talentos da nova geração. O sueco tinha sido também o herói no triunfo sobre a Ucrânia na ronda anterior. Para Portugal, o jejum de vitórias fora do país dura desde 2013. Portugal ficou isento na primeira eliminatória e agora joga em Setembro na Ucrânia para discutir a permanência nesta divisão.

Espanha, EUA, França e Croácia nas meias-finais

Quem se qualificou para as meias-finais da Taça Davis foi os EUA. Para trás ficou a Bélgica. John Isner, vencedor do ATP Miami, começou por vencer Joris De Loore por 3-1: 6-3, 6-7, 7-6 e 6-4. Sem David Goffin, a recuperar de lesão no olho, Ruben Bemelmans também não conseguiu levar a melhor sobre Sam Querrey. Depois, em pares, Ryan Harrison e Jack Sock justificaram o favoritismo diante Joran Vliege e Sander Gilles:  5-7, 7-6, 7-6 e 6-4.

Os norte-americanos são fortes candidatos a um título que foge há 10 anos. Na Era Open, desde 1968, que os EUA já venceram a Taça Davis por 13 vezes, sendo o maior campeão da prova.

Agora os EUA terá pela frente a Croácia, que venceu o Cazaquistão por 3-1. Marin Cilic, a estrela maior croata, venceu Mikhail Kukushkin, pelos parciais de 6-1, 6-1 e 6-1, em 2H01 horas de jogo, na partida decisiva.

David Ferrer coloca Espanha nas meias-finais seis anos depois (Foto: Sportv.globo.com)

Também nas meias-finais está a Espanha. Nuestros hermanos venceram a Alemanha por 3-2. David Ferrer, 36 anos, foi o herói ao vencer Phillip Kohlschreiber por 7-6, 3-6, 7-6, 4-6 e 6-4 em 4h51 horas de jogo. Nadal e Zverev, com uma vitória cada, deixaram tudo empatado na sexta-feira. No sábado, a dupla alemã venceu a espanhola: 6-3, 6-4, 3-6,6-7 e 7-5. Só que Nadal voltou a deixar tudo empatado ao vencer Zverev (6-1, 6-4 e 6-4). Ferrer acabou por vencer o jogo decisivo.

É a primeira vez desde 2012 que Espanha chega às meias-finais. Pela frente terá a selecção francesa, campeã em título, que venceu Itália por 3-1. Lucas Pouille decidiu para os gauleses ao levar a melhor sobre Fábio Fognini: 2-6, 6-1, 7-6 e 6-3.

As meias finais jogam-se entre 14 e 16 de Setembro.

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André Dias PereiraNovembro 27, 20172min0

A selecção francesa conquistou, este domingo, pela décima vez a Taça Davis, a mais importante competição colectiva de ténis. Lucas Pouille foi o herói gaulês ao vencer Steve Darcis (6-3, 6-1 e 6-0) no quinto e decisivo jogo frente à Bélgica.

Esta é a décima vez que França vence a competição. A cidade de Lille, onde decorreu a final, viu, contudo, quebrar-se um enguiço.  Depois de perder as finais de 2002, 2010 e 2014, em França começava a criar-se a ideia de uma espécie de maldição. “Queríamos muito este título e conseguimos depois de 16 anos”, disse Lucas Pouille.

A final com a Bélgica foi bem disputada. Na abertura da final, David Goffin (7) abriu vantagem para a Bélgica. Para isso derrotou precisamente Pouille (18) por 7-5, 6-3 e 6-1). Só que Tsonga empatou para a França, ganhando a Steve Darcis:6-3, 6-2 e 6-1.

Os gauleses conseguiram virar o resultado para 2-1, depois da vitória da dupla Richard Gasquet e Pierre-Hughes Herbert sobre Ruben Bemelmans e Joris De Loore, pelos parciais 6-1, 3-6, 7-6 (7/2) e 6-4. Só que a Bélgica tem David Goffin. E quem quem tem Goffin tem muito. O belga não cedeu à pressão do momento e superou Jo-Wilfred Tsonga: 7-6(5), 6-3 e 6-2.

A decisão ficou nas mãos de Lucas Pouille e Steve Darcis, com o francês a mostrar que é dos mais promissores tenistas franceses.

França igual Grã Bertanha

Há 16 anos que França não vencia a Taça Davis. Depois de perder para a Rússia (2002) em Paris, para a Sérvia (2010) em Belgrado, e para a Suíça (2014) precisamente em Lille, “vencer em casa, perante os amigos e família tem um significado especial”, comentou Lucas Pouille.

Com este título, França iguala a Grã Bertanha com dez títulos na terceira posição entre os maiores vencedores. Os EUA lideram com 32 vitórias e depois vem a Austrália, com 28. Os franceses sucedem à Argentina e acentuam o domínio europeu na competição e modalidade este século. A Austrália (2003), os EUA (2007) e a Argentina(2017) foram os únicos a quebrar a hegemonia.

 

Lucas Pouille conquista assim o ponto decisivo para o título de França


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