Arquivo de Pedro Sousa - Fair Play

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André Dias PereiraFevereiro 17, 20202min0

Pedro Sousa tornou-se, este final de semana, apenas o terceiro tenista português a atingir uma final ATP. E isso não é pouco. Depois de João Sousa e Frederico Gil, Sousa jogou agora final do ATP Buenos Aires. O norueguês Casper Ruud, 34 do mundo, foi mais forte. Em pouco mais de um hora de jogo, venceu por 6-1 e 6-4. Este foi, aliás, o primeiro título ATP para Ruud, de 21 anos de idade. Mas não a primeira final. Essa aconteceu em Houston, em 2019.

“Cheguei há quase duas semanas, para jogar um par de encontros e nunca pensei estar aqui na final. Tive que lavar roupa duas vezes, pedir cordas emprestadas a Guido Pella”, disse Sousa na cerimónia de prémios.

Longe da melhor forma, o português jogou a sua primeira final com dores. “Esperei 30 anos para chegar à minha primeira final e iria jogar fosse como fosse. Nunca pensei em abandonar apesar das dores”, esclareceu o português.  Para chegar ali, deixou para trás os argentinos Facundo Bagnis (6-2, 6-2, 6-2) e Facundo Diaz Acosta (4-6, 6-2, 6-3). Seguiram-se o checo Jozef Kovalik (7-6, 7-6), o brasileiro Thiago Monteiro (7-6, 6-4) e, nas meias-finais, beneficiou da desistência de Diego Schwartzman.

Em 13 anos no circuito ATP o tenista luso nunca tinha conseguido ultrapassar os quartos de final. Aos 31 anos, tornou-se o mais velho tenista português e o primeiro como lucky loser a estrear-se numa final.

Curiosamente, no primeiro treino em Buenos Aires o português teve como parceiro Casper Ruud. Longe de imaginar, então, que estariam novamente juntos na final. Sousa leva para casa 52 mil euros, mais 150 pontos que o podem levar para o 107 lugar no ranking.

Por não poder disputar o qualifying do Rio Open, que arranca esta segunda-feira, dia 16, Sousa recebeu um “special exempt” para entrar no quadro principal deste ATP 500. Contudo, só na terça-feir, irá avaliar se está em condições de competir.

André Dias PereiraJaneiro 14, 20194min0

Roger Federer, Rafael Nadal, Novak Djokovic e Andy Murray. O chamado Big Four do ténis mundial está outra vez reunido em um Grand Slam. O Australian Open arrancou este domingo e o quarteto que tem dominado o ténis nos últimos 14 anos, poderá estar junto pela última vez. É que Andy Murray anunciou que este poderá ser o seu último torneio. As lesões que o têm atrapalhado no último ano e meio continuam a fazer-se sentir. De acordo com o britânico ainda é possível jogar, mas não ao nível que quer. E em função das dores que sentir poderá já nem disputar Wimbledon.

A estreia do britânico será contra Bautista Agut. O espanhol é um adversário duro que se encontra em bom momento de forma. Prova disso foi a recente vitória no Qatar. Longe da melhor forma, ainda com dores, e após longa paragem, terá Murray capacidade para progredir em Melbourne?

De qualquer forma, o torneio australiano é o primeiro grande momento do calendário do ténis em 2019. Outra vez, Novak Djokovic, Roger Federer e Rafael Nadal partem como os principais favoritos. O sérvio e o suíço têm um estímulo extra. Os dois brigam pela oportunidade de se destacar como o maior campeão do torneio, com sete títulos. Federer, recorde-se, venceu as últimas duas edições, mas Djokovic é número 1 mundial e está numa fase mais favorável da carreira, conforme mostram os últimos confrontos entre ambos.

Tudo está, contudo, em aberto. Depois dos quatro títulos em 2018, o sérvio não está ainda no pico de forma. Nem seria o desejável nesta fase. Em Doha o sérvio foi eliminado surpreendentemente nas meias-finais mas é, porventura, o grande favorito para Melbourne. Nolan arranca diante o norte-americano Mitchell Kruger, podendo jogar depois com Tsonga ou Klizan. Os talentosos Shapovalov, Goffin ou Medvedev poderão ser outros adversários incómodos a defrontar.

Já Roger Federer terá na sua chave o arqui-rival Rafa Nadal. Os dois poderão se encontrar nas meias-finais se lá chegarem. O espanhol acaba por correr por fora no favoritismo ao título. A recuperar de uma lesão, o maiorquino não joga uma partida oficial desde que foi afastado por lesão no último US Open. Nadal é, aliás, o único tenista capaz de roubar a liderança mundial a Djokovic em Melbourne. Mas isso parece bem improvável. Nadal terá que tirar uma diferença de 1.655 pontos para poder reassumir o topo da tabela, já que ele possui 7.480 pontos, e Djokovic tem 9.135. Para que tal aconteça o Toro Miura terá que vencer o torneio e esperar que o sérvio caia antes dos oitavos de final.

Quem pode surpreender?

Nadal arranca o seu percurso com o australiano James Duckworth. A jogar em casa este será um momento simbólico para Duckworth. Nos últimos seis meses foi operado cinco vezes tendo caído para fora do top-1000. Agora, em 237º, o australiano conseguiu um Wild Card para participar pela sétima vez em Melbourne.

Entretanto, Roger Federer jogará com Denis Istomin. O suíço defende os últimos dois títulos e poderá ter de jogar, para além de Nadal, com nomes como Marin Cilic ou Stefanos Tsitsipas. O percurso até à final é espinhoso, mas Federer, mesmo aos 37 anos, já mostrou que pode voltar a fazê-lo. O ano, aliás, começou com a vitória na Hopman Cup, ao lado de Belinda Bencic.

Há, contudo, outros nomes que também devem ser acompanhados com atenção. O principal, Alexander Zverev. O alemão, que perdeu recentemente a final da Hopman Cup, coleciona resultados importantes, mas sempre parece falhar nos Grand Slam. A sua melhor prestação foi os quartos de final, em Roland Garros. O ano passado não passou da terceira ronda no Australian Open. Aos 21 anos de idade é número 4 do mundo e tem aqui mais uma oportunidade para tentar chegar, pelo menos, às meias-finais.

Também Kei Nishikori é um nome que não pode ser negligenciado. Com a recente vitória em Brisbane, o japonês mostrou que está outra vez no seu melhor. Foi a sua primeira vitória de um torneio nos últimos três anos. De qualquer forma, no final de 2018 já mostrara sinais de que o seu melhor ténis estava de regresso, após longa paragem por lesão e alguns resultados menos conseguidos. De resto, Medvedev, Rublev, De Minaur e Tsitsipas são nomes que ganharam grande consistência em 2018 e que poderão surpreender em Melbourne. Shapovalov e Kyrgios também não podem ser ignorados. O australiano, de resto, jogará com Milos Raonic na ronda inaugural, que representa um dos principais jogos do primeiro dia. Diga-se também que De Minaur jogará com o português Pedro Sousa. Já João Sousa defrontará o argentino Guido Pella.


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