Arquivo de andy murray - Fair Play

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André Dias PereiraJaneiro 19, 20223min0

Arrancou o Australian Open. Mas independentemente do que acontecer nos courts, esta edição é marcada pelo que acontece fora deles. Porque mesmo não jogando, Djokovic é nome dominante. Após uma novela que durou mais de uma semana, certo é que o sérvio não disputa o primeiro Grand Slam do ano.

Nolan foi deportado para o seu país natal por não cumprir os regulamentos de segurança sanitária em Austrália, chegando a ser detido. Djokovic não está vacinado e mantém uma postura ativista na luta pela liberdade individual de vacinação. Uma luta que, para já, o afasta da possibilidade de disputar o seu décimo título em Melbourne e alcançar o 21 Major da carreira. Mas as coisas podem não ficar por aqui, porque a participação em Roland Garros também está condicionada à vacinação.

Mesmo com Djokovic de fora, o show tem que prosseguir. Salvatore Caruso assume, assim, a vaga deixada em aberto pelo número 1 do mundo. “O perdedor mais sortudo do mundo” foi como o próprio “lucky looser” se assumiu. De todo o modo, o italiano foi eliminado por Miomir Keckmanovic (6-4, 6-2, 6-1).

Sem Djokovic em court, quem são então os grandes favoritos ao título? À cabeça, Daniil Medvedev. O número 2 do mundo foi finalista vencido o ano passado e deu o passo em frente no US Open. Melbourne poderá ser, pois, o momento de transição na sua carreira, com vista ao topo da hierarquia. Mas pela frente poderá ter que ultrapassar o sempre incómodo Nick Kyrgios na segunda ronda. O russo tem um jogo muito consistente, é regular e possui uma força mental que o torna fiável.

Mas não é pela ausência de Djokovic que Medevedev terá uma passadeira estendida. Até porque Zverev é agora o segundo cabeça de série e um dos mais consistentes jogadores do circuito.

Nadal de regresso

Claro que é importante ficar de olho também em Tsitsipas e Nadal. Em 2021 o grego eliminou Nadal e Federer, mas a verdade é que durante o segundo semestre do ano decaiu. Que jogador teremos nesta fase? Bom, isso é uma resposta que teremos durante o torneio. E ninguém dúvida do que Tsitsipas pode fazer em um bom dia.

Sem Djokovic nem o lesionado Federer, Nadal será o único integrante do Big-3 a jogar em Melbourne. O espanhol regressa após uma longa paragem por lesão. Não tem o fulgor de outros tempos, é certo, mas é sempre um nome a ter em conta quando se fala em favoritos. Até porque em caso de vitória torna-se o maior campeão da história de Majors, ganhando vantagem sobre o sérvio e o suíço.

Outro nome para seguir com atenção é o de Andy Murray. O britânico já não é o que foi, mas a verdade é que tem vindo a tornar o seu ténis mais consistente. Aliado à sua experiência é um nome que, em um bom dia, pode causar surpresas. E para já começou bem. Contra Basilashvili levou a melhor, ganhando por 6-1, 3-6-4, 6-7 e 6-4. Outros “jokers” podem ser Francis Tiafoe, Alex de Minaur ou até mesmo Carlos Alcaraz.

De uma forma ou de outra, há mais Australian Open para além de Djokovic. Mas este pontapé de saída da temporada poderá marcar uma viragem no que tem sido o ATP nas últimas décadas.

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André Dias PereiraJulho 2, 20183min0

Arranca esta segunda-feira mais um torneio de Wimbledon. É preciso recuar até ao ao ano de 1877 para lembrar a primeira edição, então vencida por Spencer Gore. Mas de então para cá ninguém foi mais bem sucedido do que Roger Federer. Foram oito vitórias, a última das quais o ano passado.

A questão levantada é se aos 36 anos o tenista suíço vai ampliar a sua lenda no All England Club. Federer parte como favorito, mas a sua condição de número 2 mundial obriga-o a um percurso mais espinhoso para atingir a final. A estreia será feita diante Dusan Lajovic (57º). Mas poderá encontrar Borna Coric – com quem perdeu a final de Halle – ou Marin Cilic, a partir dos quartos-de-final.

Roger Federer repete a fórmula de sucesso de 2017. Este ano falhou novamente toda a temporada de terra batida, regressando em Estugarda. O helvético venceu o torneio germânico e perdeu, depois, a final de Halle. Ganhar Wimbledon é o grande objetivo de Federer para 2018. Foi o próprio quem o disse, explicando que para isso “é importante estar mentalmente forte e em boas condições físicas”.

Como grande rival o suíço terá, como sempre, Rafael Nadal. O espanhol decepcionou nas últimas edições mas, este ano, chega com outra pujança. E com confiança reforçada. Nadal, recorde-se venceu há um mês Roland Garros. O maiorquino arranca no torneio britânico diante o israelita Dudi Cela. Ser número 1 do mundo garante-lhe também um percurso melhor para atingir uma eventual  final. Ainda assim, Del Potro, Denis Shapovalov e David Goffin são alguns possíveis rivais.

Murray ausente, Edmund é a esperança da casa

Quem está fora de Wimbledon é Andy Murray. O britânico desistiu de disputar o torneio britânico na véspera do seu início. A recuperar de uma lesão no quadro, Murray diz não estar em condições de jogar. Aos 31 anos, o bicampeão de Wimbledon atingiu os quartos de final o ano passado. Parado há onze meses por lesão e com uma cirurgia em Janeiro, o seu regresso estava apontado para Wimbledon.

Quem também corre por fora é Novak Djokovic. Com uma temporada irregular o sérvio pode jogar com Nadal nas meias-finais. O início será, contudo, diante Tennys Sandgren. Mais difícil poderá ser Kyle Edmund (18º), que, desde a ausência de Murray se tornou a grande esperança britânica. No Australian Open foi semi-finalista. Em Marraquexe, foi finalista vencido. Agora, a jogar em casa, será interessante acompanhar o seu percurso. Djokovic e Edmund porderão medir forças na terceira ronda.

Jogadores como Alexander Zverev, Nick Kyrgios e Denis Shapovalov são outros jogadores da nova geração que correm por fora. Tal como o já citado Borna Coric, que, na relva, tem evoluído a um nível capaz de conquistar Halle sobre Federer.

Contudo, o jogo mais atraente da ronda inaugural coloca frente a frente Stanislas Wawrinka e Grigor Dimitrov. O suíço está a ter um ano de pesadelo, longe da sua melhor forma e fora do top-200. O búlgaro, número seis mundial, ainda não conquistou qualquer troféu este ano.

Mais do que um torneio, Wimbledon é o mais importante evento de ténis do ano. Tradição, glamour e prestígio aliados a ténis de alto calibre. O torneio dos cavalheiros vai começar.

 

Wimbledon, 2018. O trailer

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André Dias PereiraAbril 7, 20183min0

Está decidido. Roger Federer vai falhar toda a temporada de terra batida, devendo regressar no torneio de Halle, na Alemanha. A confirmação foi feita pelo suíço após a derrota diante do australiano Thanasi Kokkinakis, no Masters 1000 de Miami. “Decidi não jogar em terra batida. Foi bom voltar a ser o número um em Roterdão, mas manter essa posição não é importante nesta altura”, esclareceu o helvético. Entre outros torneios, Federer falhará Roland Garros.

O multicampeão volta, assim, a repetir a estratégia de sucesso que o levou a fazer um bom segundo de semestre em 2017. Venceu Wimbledon e também em Halle, Shangai e Basileia.

A derrota perante Kokkinakis retirou-lhe a liderança mundial, mas conforme referiu, não é o mais importante neste momento. E, verdadeiramente, há boas chances de Federer recuperar essa condição mesmo sem jogar. Senão vejamos. Nadal defende 4.680 pontos nos próximos meses, apenas  mais100 que Federer.  Contudo, o helvético não terá nenhum desconto até a temporada de relva.

A temporada de terra batida, de resto, apresenta-se como uma incógnita quanto a favoritos. Tudo por conta das lesões. O último torneio de Nadal foi o Open de Austrália. Falhou, depois, Acapulco, Miami e Indian Wells. Apesar de dominante na terra batida há dúvidas sobre as condições em que defende o título de Roland Garros. Murray também só regressará na temporada de relva. Djokovic mostrou estar limitado em Miami e Indian Wells. Wawrinka também recupera de lesão ao joelho e não tem previsão de regresso. Dominic Thiem está inscrito em Monte Carlo mas recupera de lesão no tornozelo. Del Potro e Cilic, os melhores de 2018 a par de Federer, também não têm na terra batida o seu piso preferencial.

Um dos segredos da longevidade de Federer é a gestão do seu esforço. Por isso, a escolha de torneios é muito criteriosa. Até porque, aos 36 anos e com 20 Grand Slams, nada tem a provar, jogando para desfrutar do jogo. A terra batida, ocupa, de resto, um período grande do calendário, necessitando de recuperação e preparação. E é o próprio Federer quem o diz ao jornal francês Le Parisien. “Quem o joga vai precisar de desistir de outra coisa“. O título de Roland Garros em 2009, permite-lhe, igualmente, aceitar melhor esta decisão.

Oportunidade perdida?

Contudo, há quem não corrobore da mesma ideia. Ion Tiriac, director do Open de Madrid, considera que Federer não age de forma correta, comparando o tenista a Lewis Hamilton. “Ele não opta por não competir depois de disputar apenas cinco corridas de F1”.

Federer já o disse. Quer continuar a somar títulos e ser número 1. Com os rivais enfraquecidos por lesões, esta seria uma boa chance para tentar somar um segundo troféu de Roland Garros e em outros torneios. Em todo o caso, seria sempre um favorito. O que nos leva a outra pergunta. Será justo um número 2 do mundo falhar um torneio Grand Slam? E que impacto representa um nome como Federer falhar Roland Garros? O certo é que o mesmo já acoteceu em 2017. Certo é que este ano haverá aumento de premiação. Cada vencedor irá receber 2,2 milhões de euros, mais 100 ml euros do que na última edição. A prova joga-se em 27 de Maio e 10 de Junho.

Em todo o modo é mais uma oportunidade perdida para os fãs verem o suíço jogar. Mas um bom segundo semestre, com o US Open e Masters Final na calha, rapidamente faria esquecer Paris e ver a lenda crescer ainda mais.

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André Dias PereiraDezembro 23, 20173min0

As lesões marcaram o ano de 2017. Djokovic, Murray, Wawrinka, Nishikori, foram algumas das estrelas que sofreram na pele a intensidade do ténis e falharam importantes torneios. Com o início de uma nova temporada à porta todos partem para um novo começo.

Bem, quase todos. Kei Nishikori, afastado desde Agosto por problemas no punho direito, anunciou que não irá participar no torneio de Brisbane, na primeira semana do ano. O japonês adia, assim, o seu arranque de época. Nishikori, 22º do mundo, diz estar “desapontado” por falhar a prova em que este ano perdeu a final para Grigor Dimitrov.

Também Andy Murray, ex-número 1 mundial, está em dificuldades para o arranque de 2018. De acordo com a imprensa britânica, Murray voltou a sentir dores na anca a pode regressar só em Wimbledon.

Recorde-se que o britânico está afastado precisamente desde Wimbledon e o seu regresso está, supostamente, previsto para Brisbane. Apesar de os directores do torneio manterem confiança na participação do ex-número 1, tudo aponta para que Murray se submeta a nova cirurgia. Segundo o The Times, o tenista tinha previsto uma viagem a Austrália para participar em treinos, mas isso não aconteceu.

Dúvidas pairam também sobre Rafael Nadal. O espanhol tinha agendado treinos com João Sousa em Maiorca, mas segundo o português, Rafa cancelou por não estar bem. Nadal desistiu na primeira rodada do Masters Final e deverá participar em duas exibições em Abu Dhabi, antes de Brisbane.

Quem não vai a Abu Dhabi é Stan Wawrinka. O suíço, de 32 anos, está ainda à procura da melhor forma física para se apresentar a um bom nível no Australian Open. Neste momento ainda não consegue disputar pontos, estando ainda a trabalhar a sua preparação física. Há um ano a contas com leão no joelho e desgaste na cartilagem, Stan perdeu também o seu treinador, Magnus Norman, e pensou, inclusivamente, no final de carreira. Com a ajuda do preparador Pierre Paganini – que já trabalho com Federer – Stan deverá voltar no primeiro Major do ano.

Australian Open, o ponto de ignição

Se o arranque de 2018 é marcado por alguns solavancos, todos apontam baterias para o Australian Open, que será como que o verdadeiro ponto de ignição do ano. É lá que, por exemplo, Novak Djokovic e Milos Raonic deverão regressar em pleno. Raonic terminou a sua temporada em Tóquio e teve tempo para preparar a nova temporada, devendo ainda falhar Abu Dhabi, por estratégia. Mas o retorno mais esperado é o de Novak Djokovic.

O sérvio, ex-número 1 do mundo, está confirmado no Tie Break Tens, na Austrália, tal como Nick Kyrgios, como forma de preparar o primeiro Major do ano. Raonic acredita que o Nolan poderá, em 2018, atingir o mesmo patamar de Federer na época passada.

E Djokovic não fez por menos. Apostando tudo em 2018, o sérvio rodeou-se de nomes como Andre Agassi, Radek Stepanek e o analista Craig O’Shannessy. Tudo parece estar a ser pensado ao detalhe para devolver o sérvio novamente à liderança mundial. 2018 promete.

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André Dias PereiraAgosto 20, 20173min0

Rafael Nadal voltará a ser, esta segunda-feira, número um do mundo, três anos depois de ter perdido a coroa de rei do ténis mundial. A desistência de Roger Federer do torneio de Cincinnati, por motivo de lesão, deixou o espanhol sozinho na luta pelo trono do ténis, a poucos dias do arranque do US Open.


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