Um galês que sabe a vinho do Porto

Xavier OliveiraFevereiro 5, 20185min0

Um galês que sabe a vinho do Porto

Xavier OliveiraFevereiro 5, 20185min0

Foi em Berlim, no Tempodrom, que como habitualmente se jogou o German Masters, com uma final a ser jogada entre dois veteranos do circuito de entre todos os que se qualificaram. No final, saiu por cima Mark Williams, que conquistou assim o seu segundo título da época.

Selby e Allen caíram à primeira

Neste German Masters, tal como tem sido habitual houveram favoritos a cair logo na primeira ronda. Foram os casos de Mark Selby e Mark Allen.  O primeiro, campeão do mundo em título, caiu aos pés do chinês Xiao Guodong por 5-3, o que deixa cada vez mais a perceber que esta não tem sido uma época fácil para o inglês.

De quem se esperava mais e melhor era de Mark Allen, que na ressaca da sua vitória inédita no Masters deste ano, não conseguiu levar a melhor frente a Mathew Selt, perdendo por 5-4. Hawkins, que também está longe dos seus tempos aureos perdeu frente aquele que viria a ser a surpresa do torneio, Graeme Dott, por 5-3.

Na segunda ronda, de entre os jogadores presentes do top-16, só mesmo Liang Wenbo acabou por vacilar frente ao seu compatriota Xiao Guodong, onde perdeu na “negra” por 5-4.

Ding Junhui em ação na primeira ronda (Fonte: Facebook World Snooker)

Jogos de cartaz nos “quartos”

Chegado os quartos-de-final, o alinhamento foi o seguinte: Jimmy Robertson vs Mark Williams; Ding Junhui vs Judd Trump; Ryan Day vs Shaun Murphy e Graeme Dott vs Xiao Guodong. No primeiro destes encontros, o galês confirmou o seu natural favoritismo para o encontro, tendo batido Robertson por 5-3. Tendo assim marcado encontro frente a Judd Trump, que num encontro digno de cartaz bateu o chinês Ding Junhui por 5-3, deixando assim antever que poderia vir a fazer estragos neste German Masters.

Não era um encontro menos digno de cartaz, o que opôs Shaun Murphy e Ryan Day. Tudo ficou decidido apenas na “negra” onde o inglês acabou por vencer 5-4. Vinham a causar espanto desde o primeiro dia do German Masters, Xiao Guodong e Graeme Dott, sendo que apesar de arredado dos grandes palcos há já algum tempo, o escocês era o favorito para este encontro. E tal acabou por se confirmar, com Dott a recuperar de uma desvantagem considerável para levar de vencida o chinês por 5-4.

Xiao Guodong, uma dos melhores no German Masters (Fonte: Facebook Woirld Snooker)

Os campeões do mundo e a eterna promessa

Mark Williams tinha pela frente, aquele que já foi apelidado inúmeras vezes pelos especialistas do snooker como a grande promessa do snooker mundial. A verdade é que Trump mostrou mais uma vez que não passa dessa mesma promessa, já que frente a Mark Williams saiu “atropelado” pelo galês por uns expressivos 6-1. Por outro lado, Williams confirmava o bom momento que atravessa.

Já há algum tempo que não se via Graeme Dott por estas andanças, sendo que por isso a expetativa era alta para perceber o que o escocês conseguiria fazer frente a Murphy. E Dott conseguiu nada mais nada menos, que uma excelente recuperação, aliás mais uma nessa semana, onde recuperou de uma desvantagem de 3-4 para uma vitória por 6-4.

Murphy no seu encontro frente Dott (Fonte: Facebook World Snooker)

Uma final de veteranos

O histórico de confrontos entre Mark Williams e Graeme Dott era claramente favorável ao galês. De entre os quinze encontros disputados entre ambos, Mark venceu 11 contra apenas 4 de Dott. E ao analisar ainda mais detalhadamente, vemos que a última vitória do escocês data de 2012. Apesar disso Dott vinha a mostrar um excelente snooker e por isso esperava-se uma final equilibrada.

Mas equilíbrio foi tudo o que esta final não teve, Mark Williams entrou “a matar” e depressa se colocou a vencer por 7-1, no final da primeira sessão. É verdade que Dott tinha feito boas recuperações durante a semana, nas rondas anteriores mas esta parecia longe de vir a acontecer. E foi com naturalidade que Williams confirmou a vitória na final, carimbando essa mesmo por 9-1.

Foi o segundo ‘major’ conquistado pelo galês esta época, ficando assim a ideia de que a jogar a esta nível, o galês é mais do que um sério candidato a vencer no Crucible. Uma palavra de apreço para Graeme Dott, que apesar de ter sido “dizimado” nesta final, regressou ao encontro mais importante oito anos depois, o que diz bem da importância deste torneio para o escocês.

A habitual foto de praxe antes do início da final (Fonte: Getty Images)

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