À mesa com o Gloucester Rugby – Coluna do Performance Chef Carvalho

Will CarvalhoJaneiro 12, 20184min0

À mesa com o Gloucester Rugby – Coluna do Performance Chef Carvalho

Will CarvalhoJaneiro 12, 20184min0
O Chef Will Cavalho volta com novo artigo agora com alguns conselhos para alimentação na pré-época e do que é conviver com os profissionais do Gloucester

 

As melhores receitas/rotinas alimentares para ter uma boa época?

Começa logo na pré-epoca o êxito do final da época, ou não.

A reeducação alimentar das nossas bases alimentares são essenciais para que jogadores que a chegam ao clube, os que ficam e os que sobem da Academia entendam o que queremos e para o que vai servir ao longo da época.

No Gloucester focamos muito a nutrição como elemento fundamental pré-treinos, após treinos e recuperação. Tem o seu lado cientifico, mas também emocional, este por ultimo as vezes muito importante em certos casos.

Na pré-época vamos ao detalhe que quanta energia necessitam para tal exercício/treino, mas também a recuperação que precisam para que no dia seguinte possam estar prontos.

Durante a época a carga dos treinos vai ser mais baixa que a pré-época, logo temos que nos adaptar para que não haja falhas e eles não tenham “energia a mais”, existe um acompanhamento muito pormenorizado, desde receitas, vídeos a explicar técnicas de cozinha, e claro, hoje em dia, o WhatsApp, tanto eu como o James Hudson, nutricionista, estamos quase 24/7 de serviço (risos).

Quando chega a Outubro e a mudança horária acontece, começa então os desejos de comerem comidas mais doces, sobremesas, etc.

Modifico os menus para que tudo se torne mais “comida emocional”, ou seja, vamos ao encontro de muita coisa que eles querem, mas ao mesmo tempo controlamos as quantidades de açúcares e outras coisas que queremos que sejam baixas. No centro de treinos ate “parece” ser fácil controlar estes meninos, mas depois em casa serão a eles a fazerem o teste se são capazes ou não.

A preparação para o jogo é essencial. O Billy Twelvetrees, internacional pela Inglaterra e British Lions também, na noite antes do jogo, come sempre um espaguete a bolonhesa e bolo de banana, muita energia boa e saudável, proteína também e começa então o processo de acumular energia para o jogo.

Outros têm métodos diferentes, alguns variam para não se aborrecerem, outros pedem-nos ideias, as vezes ate para não coincidir com o que comeram durante a semana.

Com a primeira equipa temos também alguns jogadores da Academia Sénior, eles têm o mesmo processo nutricional que um jogador principal, isto para começar logo a base que falei mais em cima. De pequenino torce o pepino.

A comida para jogadores lesionados acaba por ser fundamental, porque existe um plano alimentar para cada lesão e para cada indivíduo e todos são diferentes. Quem tem lesões musculares é indicado uma dieta diferente, ósseas outra completamente diferente, a alimentação é a primeira etapa para a recuperação completa. Índices altos de motivação para jogadores lesionados ou não escolhidos, são difíceis de atingir por diversos factores, mas conseguimos através da comida tentar mudar isso, e já provamos que conseguimos em muitos casos ajudar na recuperação e também no ambiente em geral, mas também não me perdoam se faço algo que não gostem muito (risos).

O dito “mindset” é muito importante, o saber motivar as tropas as vezes passa pela panela, e acreditem, ajuda em muito, imaginem depois de um dia de treinos a chuva com 4 graus, lama, nódoas negras, não sabe bem comer um bom prato e ir descansado para casa?

Conviver com os profissionais: humanos ou deuses?

São iguais a todos nos, alguns têm uma forcinha a mais, diria eu.

No Gloucester temos um convívio bem familiar, alias a chegada do Johan Ackermann veio reforçar mesmo esse espirito, somos todos iguais, não há diferenças, todos temos as nossas zangas, mas também todos bebemos umas cervejas juntos, saímos com as famílias, vamos a festas de aniversario dos filhos uns dos outros, os neozelandeses como outros adoram um churrasco, portanto quando está bom tempo (aqui se não chover e fizer mais de 14 graus é considerado bom tempo), combina-se logo algo. Temos um bom espírito, somos todos iguais, as viagens ao estrangeiro são épicas, mas o que se passa lá, fica lá.

No Gloucester fiz grandes amigos, afinal somos todos iguais e todos temos experiências de vida diferentes, mas todos queremos ser vencedores e chegar a Maio com uma época bem-sucedida.


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS