Profecia do Borda D’Água #3: Portugal vai apurar mais de 15 nadadores para o CEJ

João BastosJaneiro 3, 20187min0
Os primeiros dias do ano 2018 trazem o oráculo do Fair Play. O almanaque Borda D'Água adaptado à natação traz doze profecias para o ano em curso

12 dias, 12 profecias para o ano 2018. O Fair Play consulta o seu oráculo e faz 12 palpites sobre o que vai acontecer no mundo da natação no ano que agora dá início


No seguimento deste artigo, onde chegamos à conclusão que estamos perante uma das melhores gerações de nadadores juniores dos últimos anos, decidimos profetizar quantos serão os que se apurarão para os Campeonatos da Europa de Juniores que decorrem no início de Julho em Helsínquia.

No ano passado representaram a nossa selecção 13 nadadores, constituindo a maior delegação portuguesa nos Europeus de Juniores desta década, ainda assim muito longe da maior representação de sempre que se registou em Malta 2001. Por essa ocasião Portugal seleccionou 23 nadadores. Foi mesmo muita…malta!

Em 2018 não cremos que esse máximo de 23 nadadores seja ultrapassado, mas acreditamos que os 13 do ano passado serão superados.

Para justificar a nossa profecia, dividimos os nadadores candidatos em quatro grupos. A saber:

  • Grupo A: nadadores que já estiveram nos Europeus do ano passado;
  • Grupo B: nadadores que não estiveram no ano passado mas que já fizeram tempos em piscina longa que dariam apuramento, só que já depois de terem decorrido os Europeus;
  • Grupo C: nadadores cuja conversão dos tempos que fizeram este ano em piscina curta daria um tempo dentro do mínimo exigido;
  • Grupo D: nadadores que estão perto dos mínimos, seja com as suas melhores marcas em piscina longa, seja com os tempos convertidos de piscina curta.
Foto: FPN

Falemos então dos candidatos:

Grupo A:

Inês Rocha (Aquático Pacense): A recordista nacional júnior-16 anos dos 400 estilos já esteve no ano passado em Netanya. É por isso uma das maiores candidatas a repetir a presença, agora em Helsínquia;

Jorge Silva (Sporting de Braga): Mais um quatrocentista. O bracarense acedeu aos CEJ nas provas de estilos, no ano passado;

José Lopes (Sporting de Braga): Esteve nos Europeus do ano passado, mas a julgar pelo que tem feito esta época em piscina curta, este ano vai estar com objectivos mais ambiciosos;

Rafaela Azevedo (Algés): Estreou-se com idade de juvenil. Este ano a jovem prodígio do Algés ainda é júnior de primeiro ano, o que significa que a história dela em Europeus de Juniores ainda pode durar mais um ano;

Roberto Gomes (Algés): Mais um nadador que tentará ser repetente. No ano passado nadou os 400 e 1500 metros livres, e ainda a estafeta 4×200 livres. Este ano ainda pode adicionar os 200 e 800 livres ao cardápio.

Grupo B:

Alexandra Frazão (Fundação Beatriz Santos): No ano passado, ainda juvenil, nadou abaixo do mínimo exigido aos 800 livres, no Open de Portugal. Este ano “basta” voltar a nadar perto desse tempo em piscina longa. As indicações que tem dado em piscina curta mostram que dos 200 aos 1500 todos os mínimos estão ao seu alcance;

Diogo Cardoso (Colégio Monte Maior): Também nadou abaixo do tempo mínimo nos 1500 metros livres, ainda em idade de juvenil, no FOJE. Este ano, no seu primeiro de júnior, não deve ter dificuldade em se apurar para nadar essa prova.

Grupo C:

Ana Rita Queiroz (Fundação Beatriz Santos): Os 8:58.72 que fez nos nacionais do Porto, convertidos para piscina longa dão-lhe 9:04.95, ou seja, 1 centésimo abaixo do mínimo exigido;

Ana Reis Sousa (Litoral Alentejano): A nova sensação da natação portuguesa. O apuramento deverá ser uma formalidade. A época de piscina curta foi estrondosa com recordes nacionais dos 100 aos 400 metros livres, veremos como será em piscina longa;

Filipa Rodrigues (Benfica): Mais uma especialista de livres. Os tempos que fez na piscina do Fluvial aos 400 e 1500 metros livres dão-lhe tempos convertidos que chegam para aceder aos Europeus…só precisa de corresponder em piscina longa numa das duas provas;

Filipe Santo (Benfica): Outro nadador júnior em grande evidência neste início de época. Se transpuser para a piscina olímpica o que fez até agora em piscina curta, os mínimos dos 800 e 1500 metros livres e dos 400 metros estilos serão feitos com grande à vontade;

João Castro (São Roque): No ano passado ficou de fora por apenas 26 centésimos aos 200 livres. Este ano está melhor em piscina curta, devendo ser suficiente para suprimir essa curta margem em piscina longa;

Letícia André (Benfica): Os mínimos dos 200 e 400 metros livres estão ao alcance dela. Esperamos vir a vê-la nadar essas provas e ainda a estafeta 4×200 livres que tem condições para ser uma estafeta muito forte;

Mariana Mendes (Colégio Monte Maior): Os 800 e os 1500 metros livres vão ter, certamente, muitas representantes portuguesas. Mariana Mendes deverá ser uma delas;

Sara Alves (Columbófila Cantanhedense): Também Sara Alves deverá representar Portugal nas provas de fundo, principalmente nos 1500 metros livres, onde o seu tempo do Porto convertido lhe dá 17:13.05;

Grupo D:

Ana Margarida Guedes (Ginásio de Vila Real): Podia estar no Grupo A, uma vez que a nadadora vilarealense já esteve presente em Europeus de Juniores, mas há dois anos, quando era juvenil. O facto de não haver mínimos nas provas de 50 mariposa e 50 costas prejudica-a porque são as suas melhores provas, mas quer aos 100 costas, quer aos 100 mariposa e até aos 50 livres, Ana tem boas hipóteses de lá (voltar) a chegar;

Ana Sofia Pina (O Crasto): Uma excelente nadadora de estilos e uma excelente nadadora de piscina longa. No ano passado acabou a época com melhor tempo aos 400 estilos em piscina longa do que em curta. Este ano já melhorou bastante os seus tempos em curta, o que deixa antever que o mínimo está ao seu alcance;

André Ruivo (Sporting): Outro nadador com fortes possibilidades de conseguir o apuramento nos 400 estilos. Para já melhorou o seu RP em piscina curta em mais de 4 segundos;

Anna Baptista (Algés): Mais uma costista da escola de costistas do Sport Algés e Dafundo. Está a ter uma época de grande ascenção, que a pode levar até Helsínquia;

Carolina Marcelino (Algés): Em 2017 passou de 4:41 para 4:29 aos 400 livres, em 2018 não precisa de tanto. “Só” de 4:23.44;

Francisca Mesquita (Colégio Monte Maior): Foi o grande destaque júnior do último Open de Portugal. Nos próximos nacionais precisa de voltar a ter uma competição a esse nível para conseguir chegar aos vários mínimos que lhe estão próximos (200 mariposa, 200 e 400 estilos);

Luísa Machado (União Piedense): Exactamente o mesmo que escrevemos para Francisca Mesquita, mas trocar “Open de Portugal” por “Nacionais de Piscina Curta”. Até é nas provas de estilos que Luísa tem as suas melhores hipóteses, tal como Francisca;

Mariana Barbosa (FC Porto): A nadadora portista tem a versatilidade a jogar a seu favor. Pode chegar a Helsínquia através dos 200, dos 400 ou dos 800 metros livres ou dos 200 metros mariposa;

Miguel Marques (Benfica): Pelo contrário, o nadador do Benfica jogará todas as suas fichas na prova dos 50 metros livres. Já não está longe;

Rafael Simões (Sporting de Braga): Entre os 100 e os 200 bruços, a prova mais curta parece ser aquela que está mais ao alcance do nadador do Braga. Já no ano passado tinha ficado a menos de 1 segundo. Este ano é melhorar o que falta.


E estes são os 25 nadadores que consideramos que têm reais possibilidades de chegar aos Campeonatos da Europa de Juniores. Dificilmente lá estarão todos, daí o nosso prognóstico conservador do mínimo de 15 nadadores portugueses presentes em Helsínquia.

Por outro lado, é de registar a forte presença de nadadores juniores de primeiro ano. Se este ano prognosticamos que vamos ter mais nadadores nos CEJ que no ano passado, podemos ir mais longe e profetizar à distância que em 2019 ainda vamos ter mais!

E a quantidade (aumentando a exigência) no escalão de juniores é importante. Se só uma ínfima parte chega às principais competições internacionais absolutas, o melhor mesmo é aumentar a base de recrutamento.


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