Profecia do Borda D’Água #2: A final dos 1500L será nadada em menos de 16 minutos

João BastosJaneiro 2, 20185min0

Profecia do Borda D’Água #2: A final dos 1500L será nadada em menos de 16 minutos

João BastosJaneiro 2, 20185min0
Os primeiros dias do ano 2018 trazem o oráculo do Fair Play. O almanaque Borda D'Água adaptado à natação traz doze profecias para o ano em curso

12 dias, 12 profecias para o ano 2018. O Fair Play consulta o seu oráculo e faz 12 palpites sobre o que vai acontecer no mundo da natação no ano que agora dá início


O ano 2017 foi aquele em que mais nadadores portugueses nadaram 1500 metros livres abaixo de 16 minutos. No total, 9 nadadores quebraram essa barreira em piscina de 50 metros, o que denota que o nível médio desta prova está a evoluir bastante (não apenas no sector masculino), tendo em conta que antes do ano passado, era o ano 2015 aquele em que mais nadadores tinham baixado dos 16 minutos (5 nadadores).

Já na presente época, há um indicador que mostra que em 2018 pode ser registado um novo máximo. É que em piscina curta tinham sido 12 nadadores a baixar dos 16 minutos em 2016/2017. Em 2017/2018, e com apenas 3 meses decorridos da presente época, já foram 17 os fundistas sub-16 nesta prova, revelando que candidatos a fazê-lo em piscina longa não faltam.

A questão é saber se pelo menos 10 nadadores (os nacionais de piscina longa – Absolutos no Funchal e Open no Jamor – serão em piscinas de 10 pistas) o conseguirão fazer em simultâneo na mesma competição.

E essa não é uma questão de somenos. Repare-se que, apesar de se terem registados 9 melhores marcas pessoais do ano abaixo de 16 minutos na época passada, nos nacionais de juvenis, juniores e absolutos (Coimbra), apenas 4 nadadores nadaram abaixo de 16 minutos e no Open de Portugal (Jamor) foram apenas 2.

A este dado também não é indiferente o facto da final ser a “série rápida”, ou seja, podem aceder a essa final nadadores com melhores marcas pessoais do ano que no momento da competição podem não estar ao seu melhor nível.

Por isso, para que a profecia se cumpra, uma série de factores têm de coincidir. Contribui positivamente para isso o facto dos nacionais de juvenis, juniores e absolutos de piscina longa (Funchal) servirem de momento de apuramento (praticamente único) para todas as competições internacionais prioritárias da época em todos os escalões – Europeus de Absolutos, Europeus de Juniores e Jogos Olímpicos da Juventude – por isso, a “série rápida” dos 1500 metros livres no Funchal será a prova mais provável para se cumprir o prognóstico dos 10 nadadores a cumprirem a distância em menos de 16 minutos, em simultâneo.

Pódio absoluto 1500L (Coimbra) | Foto: Luís Filipe Nunes

Os candidatos

Podemos apontar mais do que uma dúzia de candidatos, mas são poucos aqueles que já nadaram consistentemente abaixo de 16 minutos e para o maior favorito, nadar abaixo de 16 minutos é um objectivo pouco desafiante. Falamos do recordista nacional Guilherme Pina que tem de melhor marca pessoal 15:15.12 e que, apesar de estar apenas a cumprir a sua segunda época de sénior, já nadou por 16 vezes abaixo dos 16.

Atrás de Pina surgem três nadadores que já nadaram abaixo de 15.45: Rafael Gil (RP de 15:39.58), Alexandre Coutinho (RP: 15:41.21) e Miguel Nascimento (RP: 15:41.39). Apesar de serem os três nadadores com melhores recordes pessoais, em piscina longa, atrás do recordista nacional, Coutinho e Gil têm nas águas abertas a sua principal aposta e Nascimento tem outras provas para si prioritárias. Em todo o caso, os dois primeiros deverão alinhar à partida no Funchal e devemos contar com eles na nossa contabilidade de sub-16 (Alexandre fê-lo nos dois nacionais do ano passado).

Depois surge um grupo compacto de nadadores que têm recordes pessoais entre os 15:50 e os 15:59. São eles José Lopes, Roberto Gomes, Diogo Cardoso, António Pinto, José Carvalho, João Vital e João Gil. Tendo em conta que Vital e Gil há dois anos que praticamente abdicaram de nadar essa prova, os candidatos mais fortes são os restantes 5 e, para esses, os 16 minutos nem devem ser grande desafio, tendo em conta a forma que já mostraram este ano, em piscina curta, e porque são os 5 muito jovens – 3 juniores (Lopes, Gomes e Cardoso), 1 sénior de primeiro ano (Pinto) e 1 sénior de segundo ano (Carvalho).

José Carvalho é mesmo o líder nacional da época em piscina curta com 15:06.03, o que convertido lhe dará um tempo na casa dos 15:30 em piscina longa.

Depois surgem vários nadadores que nunca baixaram dos 16 minutos em piscina longa mas, a julgar pelas marcas que já fizeram este ano em piscina curta (abaixo de 15:45), esse dia chegará em breve. São eles Filipe Santo, Miguel Bate e João Machado.

Só aqui já temos 11 portugueses que antevemos com fortes probabilidades de nadar no Funchal e baixar dos 16 minutos. A eles juntamos o espanhol do Sporting, Juan Tolosa, um nadador que tem de recorde pessoal 15:22.63 e, por isso, tem muita margem para fazer um tempo sub-16.

Não descartamos os outros nadadores que já baixaram dos 16 minutos em piscina curta, apesar de não o terem feito com uma margem tão ampla. Dany Caille, Tiago Campos, Pedro Santos, Duarte Jorge, Diogo Marques, Pedro Silva e Diogo José, destes 7 é crível que algum ou alguns consiga(m) fazê-lo também em piscina longa.


Esta é uma profecia que sabemos que se concretizará mais tarde ou mais cedo, sobretudo tendo em conta que os 22 nadadores que mencionamos aqui, apresentam uma média de idades de 18,59 anos. Mas com tanta competitividade que já existe, profetizamos que será já em Março!


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