[Super Sprint] 5 destaques individuais dos nacionais colectivos

João BastosDezembro 5, 20178min0

[Super Sprint] 5 destaques individuais dos nacionais colectivos

João BastosDezembro 5, 20178min0
Depois do balanço sobre o desempenho colectivo das equipas participantes nas 2ª e 3ª divisões dos CNC, olhamos agora aos desempenhos individuais

O fim-de-semana alargado teve como competição dominante os Campeonatos Nacionais de Clubes das 3ª e 2ª divisões. O Fair Play lança um olhar às performances individuais do campeonato colectivo


Depois dos resumos da 3ª divisão (ver aqui) e da 2ª divisão (ver aqui) do Campeonato Nacional de Clubes, reservamos para o Super Sprint uma análise mais atenta aos desempenhos individuais.

Como sempre, destacamos 5 nadadores que estiveram em evidência no fim-de-semana:

1. Ana Sofia Sousa (CNLA)

A jovem alentejana está a fazer um início de temporada fantástico. No espaço de 15 dias baixou por três vezes o record nacional júnior dos 200 metros livres, em piscina curta. (Para já) está fixado em 2:01.17, mas a nadadora que treina no Centro de Alto Rendimento de Rio Maior desde esta época não vai ficar por aqui, de certeza.

Até porque 2:01 aos 200 livres já se tornou uma marca normal para a nadadora do CNLA. Já para a semana há campeonatos nacionais de juniores e seniores em piscina curta, veremos o que Ana Sousa tem reservado para essa competição.

A expectativa em relação aos 200 livres nos nacionais de piscina curta é grande, tendo em conta o ponto de situação do ranking das 5 melhores nadadoras portuguesas de sempre:

Fonte: Swimrankings

Ou seja, Ana Sousa acaba de ultrapassar Rita Frischknecht e o tempo que a algesina tinha feito há apenas 22 dias, por um escasso centésimo de segundo. A recordista nacional, Diana Durães, não vai estar no Porto a nadar os 200 livres, mas as presenças de Rita e Ana estão já confirmadas e prometem um enorme despique.

Nos 400 metros livres, Ana Sousa também esteve em grande plano, marcando 4:16.70, melhorando o seu recente record pessoal de 4:20.05. Ainda é mais impressionante, tendo em conta que iniciou esta época com 4:31.40 como melhor tempo da carreira.

O record nacional júnior-16 anos ficou mais próximo. Pertence a Tamila Holub com 4:15.43 e parece agora bem ao alcance da nadadora do CNLA.

Foto: Luís Filipe Nunes

2. Ana Catarina Monteiro (CFV)

Logo no primeiro “episódio” do Super Sprint, a 26 de Outubro, destacamos a nadadora do Vilacondense porque tinha nadado os 200 metros mariposa no tempo de 2:13.92. O que dizer agora que no espaço de um mês retirou 4 segundos a essa marca e venceu a prova na 2ª divisão com 2:09.92?!

Esta é a sua segunda melhor marca pessoal, que dista apenas 3 centésimos do seu record feito em Abril de 2015, em Espanha. E desta vez, até teve uma segunda metade de prova ligeiramente mais rápida do que quando nadou no seu melhor, sendo agora mais consistente nos seus parciais:

Fonte: Swimrankings

Apenas duas nadadoras portuguesas já conseguiram baixar dos 2:10 aos 200 mariposa em piscina curta, a recordista nacional Sara Oliveira e Ana Catarina. A portista fê-lo por duas vezes e agora a vilacondense também. Os 2:08.52 do record nacional ainda estão a mais de um segundo de distância, mas era difícil pedir melhor inspiração do que esta marca para o tentar já para a semana.

Nas outras duas provas que nadou, estabeleceu mesmo recordes pessoais. Nadou os 100 mariposa em 1:00.31, melhorando o seu anterior máximo de 1:00.47 e nadou os 400 estilos em 4:50.18, superando os 4:52.07, que já tinham 3 anos e entrando no top-10 das melhores portuguesas de sempre na prova (ocupa agora o 10º lugar).

Aos 23 anos e depois de uma época de convalescença, Ana Monteiro parece estar no seu melhor momento de forma da carreira (pelo menos em piscina curta).

Foto: Luís Filipe Nunes

3. Filipe Ramos (CFV)

Mais um nadador do Vilacondense em evidência nos nacionais da 2ª divisão, o brucista Filipe Ramos.

A par com o nadador do FOCA, Gláuber Silva, foram os únicos nadadores no sector masculino a vencer as suas três provas individuais (no sector feminino também foram duas as nadadoras que conseguiram três vitórias em três provas, que foram as anteriormente referidas neste artigo).

Filipe superou os seus recordes pessoais nas três provas: nos 50 metros tinha de melhor 29.16 e pela primeira vez baixou dos 29 segundos. Marcou 28.82. Nos 100 metros passou de 1:03.15 para 1:01.82 e na prova mais longa tinha 2:14.65 e passou a ter 2:14.39.

Com estes desempenhos, Filipe passou a ser o líder nacional da época nos 50 metros bruços e o vice-líder dos 100 e dos 200 bruços. É certo que ainda a época vai no adro, mas abre boas perspectivas para o muito que dela resta.

Foto: Luís Filipe Nunes

4. Gustavo Madureira (AAC)

A Académica de Coimbra teve um campeonato agridoce. Se a equipa feminina conseguiu chegar ao título, a equipa masculina esteve até à última prova na luta pela subida à primeira divisão, mas por apenas 6 pontos manter-se-á na 2ª divisão mais uma época.

Os nadadores de Coimbra tiveram um bom desempenho, donde se destaca Gustavo Madureira. O nadador de 23 anos nadou os 50 e 100 livres e os 50 mariposa, vencendo as provas mais curtas. Nos 100 encontrou Gláuber Silva, o brasileiro invencível, num dos confrontos mais equilibrados da competição. Esse despique levou-o a baixar o seu record pessoal, que estava prestes a fazer três anos, e a ficar às portas do segundo 49. Registou 50.01 e, para já, é o melhor português da época.

Se não quebrou a barreira cronométrica dos 50 segundos nos 100 livres, quebrou a dos 25 segundos nos 50 mariposa. Nadou em 24.95, melhorando os 25.31 que tinha de melhor marca pessoal.

Só nos 50 livres não melhorou o seu record pessoal, mas chegou para ganhar com quase 1 segundo de vantagem. Completou a prova em 22.79.

Foto: Luís Filipe Nunes

5. Ivo Ribeiro (FOCA)

O balde de água mais frio dos campeonatos estava reservado para a equipa do FOCA. A diferença pontual da equipa de Felgueiras para o Leixões foi de apenas 1 ponto, apesar de tangencial foi uma enorme diferença: a diferença entre subir à primeira e permanecer na segunda divisão. A frustração ainda foi maior, uma vez que o FOCA sofreu uma desqualificação nos 400 estilos.

O frustrante resultado final não belisca a brilhante caminhada do FOCA durante todo o fim-de-semana. A equipa felgueirense foi mesmo a que mais provas individuais venceu. Para além da já referida tripla vitória de Gláuber Silva, a equipa contabilizou duas vitórias em estafetas (4×100 livres e 4×100 estilos) e mais uma da responsabilidade de Ivo Ribeiro, nos 200 estilos, mas foi numa das duas provas que chegou em 2º que produziu a marca mais impressionante, ou seja, nos 200 costas.

Ivo nadou em 2:01.98, registando uma melhoria de 2.25 segundos em relação ao seu anterior record pessoal, que estava fixado em 2:04.23. O tempo agora feito dava para ir ao pódio nos nacionais de piscina curta da época passada, numa competição onde Ivo Ribeiro foi 7º classificado, o que significa que se vai apresentar este ano noutro patamar competitivo e com legitimidade para aspirar a outros objectivos, nomeadamente o pódio o que, a acontecer, seria o seu primeiro pódio nacional sénior.

Foto: Luís Filipe Nunes

Menção ainda para os melhores resultados da 3ª divisão, onde Ana Rodrigues (ADS) voltou a nadar os 50 livres no segundo 25 (25.61). É a segunda vez este ano, superando uma barreira que ainda mais ninguém superou em 2017. Alexandre Ribas (GCVR) também marcou um excelente tempo numa prova de livres, no caso nos 100 livres com os seus 50.30, mais um tempo que daria pódio nos nacionais de 2016.


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