Um avançado para Jorge Sampaoli

Diogo AlvesOutubro 4, 20174min0
Argentina jogará esta semana a derradeira cartada para poder marcar presença no Mundial da Rússia.

Jorge Sampaoli chegou à sua selecção, a Argentina, e está em contra-relógio para conseguir o apuramento para o Mundial da Rússia do próximo ano. O 5º lugar não dá acesso directo ao Mundial, permite lá chegar mas através de um play-off. O ex-Sevilla desde que chegou tenta dar uma identidade à “albiceleste”, uma identidade com futebol ofensivo. Embora tenha entrado em Junho, e, logo com uma vitória sobre o Brasil e a Singapura, Sampaoli apenas estreou-se oficialmente em Setembro passado diante do Uruguai e da Venezuela. Ambos os jogos terminaram empatados.

A uma selecção que está na incerteza de ir ao Mundial, e, ao mesmo tempo tem a obrigação de ir, até porque foi campeã do Mundo em 78 e 86, aumenta a ansiedade e o medo de jogo para jogo de falhar. Falhas essas que têm repercussão nos avançados que têm estado às ordens dos últimos seleccionadores argentinos. Higuaín fica para sempre marcado como o “avançado que falha nas finais”, Aguero demora em fazer exibições consistentes na selecção e Mauro Icardi esteve muito tempo ausente das opções, restando Lucas Pratto que veio na vigência de Bauza e apontou 1 golo diante da Colômbia, mas entretanto já caiu das contas dando a vez a ‘Pipa’ Benedetto do Boca Jrs.

Na última dupla jornada, Higuain foi trocado por Mauro Icardi, ambos goleadores da Serie A, não vieram em simultâneo à selecção para os duelos com Uruguai e Venezuela. A escolha de Sampaoli até caiu em Icardi, que apoiado por Messi e Dybala esteve no ataque pela primeira vez na sua carreira. A oportunidade era de ouro para o jogador formado no FC Barcelona, uma vez que marcava o seu regresso à selecção em definitivo, ele que ficou durante vários anos de fora das contas dos vários seleccionadores. Porém, a re-estreia não ficou marcada pela positiva e em ambos os encontros o artilheiro do Inter somou várias perdidas em frente da baliza.

Um problema de eficácia que tem afectado os vários ‘9’ que têm estado ao serviço da selecção Argentina. Nenhum tem faltado à chamada no que aos “falhanços” diz respeito, do mais ao menos reputado as exibições não têm confirmado o rendimento muito bom nos clubes onde actuam e facturam bastante.

Messi é a solução

O plano A de Sampaoli será sempre o de contar com um ‘9’ mais puro e colocar Messi no seu apoio juntamente com Paulo Dybala, ambos a deambular nas costas do ponta de lança e com a total de liberdade de movimentos. No entanto, a sociedade Messi-Dybala-Icardi não correu como se esperaria e poderá estar em marcha um plano B para a dupla jornada que se segue. Com Messi a ser o ‘9’ que tanto tem faltado à Argentina.

O camisola 10 do Barcelona tem tido um dos melhores arranques de época desde sempre apontando golos e a exibir-se a um nível muito bom. Um nível que os argentinos esperam que passe para a selecção e os ajude a conseguir o tão desejado apuramento. Com Ernesto Valverde, Messi voltou a jogar a tempo inteiro como ‘falso-nove’ – posição que passou a ocupar com Pep Guardiola – e muito do excelente momento advém dessa maior liberdade, e, por certo por estar mais perto da baliza.

Com Messi mais próximo da baliza o golo estará iminente, seja por autoria do rosarino ou pela criação do mesmo dando a oportunidade a um companheiro de finalizar. Com esta inovação, Paulo Dybala poderia ficar também a ganhar porque assim jogaria sobre o centro-direito, zona onde se sente mais confortável e onde mais tem rendido na Juventus. Era a forma de juntar os dois esquerdinos em zonas adiantadas e onde a sociedade Rosário-Córdoba (cidades onde nasceram) melhor poderia funcionar.

Uma coisa é certa, a esperança dos argentinos estará sempre em Messi. O jogador argentino quando está na sua melhor forma será sempre a solução primordial para o bom momento da “albiceleste”, e muito dos próximos jogos passarão pelos pés (e cabeça) de Leo Messi.

[Foto: infobae.com]

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