Tobias e André Pinto: a segunda guarda do Sporting

André Dias PereiraOutubro 3, 20174min0

Tobias e André Pinto: a segunda guarda do Sporting

André Dias PereiraOutubro 3, 20174min0
A consistência defensiva do Sporting tem sido colocada à prova. Mas Tobias e André Pinto estarão à altura de uma segunda linha do leão?

A defesa tem sido uma das forças do Sporting na nova temporada. Mathieu e Coates têm sido as traves mestras do leão. E se algum faltar? Tobias Figueiredo e André Pinto são a segunda guarda do Sporting que quer provar que se é com ataques fortes que se ganham jogos, é com defesas que se conquistam campeonatos.

O nulo registado no domingo entre Sporting e FC Porto para a oitava jornada da Liga Portuguesa esteve longe de ser surpreendente, sobretudo se tivermos em linha de conta que, frente a frente, estavam as duas equipas com menos golos sofridos da prova, uma com três golos sofridos e a outra com quatro.

A solidez defensiva tem sido, aliás, o grande diferencial do Sporting face à temporada passada, em que terminou com 36 golos encaixados, os mesmos que Braga e Boavista, e bem acima dos 18 de Benfica e 19 de FC Porto. Mais do que a permeabilidade do sistema defensivo, Coates pareceu um bombeiro incapaz de apagar todos os incêndios, muito em função da inconsistência de Ruben Semedo, mas também dos laterais, como Zeegelaar, Schelotto e até Esgaio. Paulo Oliveira acabou por dar mais alguma estabilidade no eixo, quando chamado a jogar, mas sem alavancar a qualidade de jogo do Sporting, faltando alguém que começasse a construir jogo, a partir da saída da bola.

Por tudo isso, o investimento do Sporting para 2017/18 foi mais avultado na defesa. Jeremy Mathieu, ex-Barcelona, juntou-se a Coates, Fábio Coetrão aceitou o projeto do Sporting e viu com bons olhos a possibilidade de treinar com Jorge Jesus. Chegou ainda Piccini, ex-Bétis, para a lateral. Por outro lado, foi feito uma autentica sangria, com as saídas de Paulo Oliveira (Eibar), Jefferson, Esgaio (Braga), Schelotto (Brighton) e Ruben Semedo (Villareal).

Os resultados, por enquanto, têm dado razão a Jorge Jesus. Coates e Mathieu têm sido uma dupla sólida e experiente, sendo que o francês para além do exemplar sentido posicional, e da capacidade de marcação, tem a capacidade de começar a construir, a partir de trás, o jogo da equipa, poupando William de recuar ainda mais a sua posição para fazer essa função. Além disso, conforme ficou comprovado com o Tondela, o Mathieu é igualmente um exímio cobrador de livres.

André Pinto e Tobias, os bombeiros de serviço

André Pinto chegou no Verão e fez até agora dois jogos pelos leões (Foto: O Jogo)

A fiabilidade da dupla defensiva tem passado com distinção nos jogos de menor exigência, mas também nos de maior dificuldade, como aconteceu esta semana diante Barcelona e FC Porto. E, na impossibilidade de Coates ou Mathieu jogarem, como que impacto isso representa na equipa?

Essa é uma questão que, por ora, não se colocou a Jorge Jesus. André Pinto e Tobias Figueiredo são as alternativas do treinador do Sporting, testadas no nulo registado com o Marítimo para a Taça da Liga. Num jogo a meio-gás e de baixa intensidade não foi possível tirar as melhores ilações sobre o que pode representar esta segunda linha defensiva. Fica, todavia, a ideia que, sobretudo Tobias Figueiredo, parte atrás do ex-Braga. André Pinto foi também opção, por seis minutos, na goleada do Sporting frente ao V.Guimarães (5-0). Forte nos jogo aéreo, o jogador que passou pela formação do FC Porto, pode também ser uma arma nas bolas paradas, acumulando onze golos na sua carreira.

Tobias Figueiredo, a cumprir a quarta temporada como profissional, e depois de um empréstimo ao Nacional da Madeira, na época passada, parece precisar de mais tempo para conseguir a sua oportunidade. Com 1.88 é um jogador talhado para a marcação mas que parece um tanto lento, situação que compensa com um apurado sentido táctico. Forte no jogo aéreo surge, em lances de bola parada, sobretudo em cantos, em posição para tentar a sua sorte.

William a central?

Com Tobias e André Pinto o Sporting perde capacidade de construção, obrigando William Carvalho a recuar no terreno. De resto, o internacional português é também uma carta com que Jorge Jesus pode contar para o eixo da defesa se for preciso. Essa foi, aliás, a posição em que William Carvalho jogo na partida referente ao torneio dos 5 Violinos, ao lado de Tobias Figueiredo. A experiência agradou tanto ao treinador que, no final, rematou: “Não inventei nada porque o William jogava a central quando passou pelo Fátima. Já lhe disse, se não houver centrais para o próximo jogo, estarei tranquilo com ele”.

Diz o ditado que o ataque ganha jogos e a defesa campeonatos. Talvez por isso Jorge Jesus tenha dedicado maior investimento e mais tempo a esse sector. A solidez do Sporting tem sido uma das forças e do diferencial dos leões numa prova em que o título foge há demasiado tempo. Será este ano que o leão vai voltar a rugir?


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