Castores aflitos: perigo de descida?

Nélson SilvaDezembro 23, 20174min0
A equipa da capital do móvel está em queda livre e nem a chegada de Petit reavivou a intensidade dos castores... que se passará com o Paços de Ferreira?

Apenas com mais três pontos que o lanterna vermelha do campeonato, o Paços de Ferreira está longe de ter a estabilidade garantida na primeira liga. Agora com Petit no comando, serão os castores capazes de dar um pontapé na crise e descolar do fundo da tabela?

A temporada dos pacenses está longe de ser minimamente satisfatória para as suas aspirações. Chegado o final do ano, a equipa nortenha conta apenas com três vitórias no campeonato, num total de 13 pontos, onde contam quatro empates que ajudam a equipa a ir fugindo aos lugares de descida.

Quem viu a equipa almejar as duas vitórias consecutivas em casa em setembro, apenas com o deslize na Luz pelo meio, ainda acreditou que a equipa fosse dar o pontapé na crise, que de havia acentuado desde cedo na temporada. Os pacenses foram incapazes de se superiorizar a Aves, Tondela e Feirense, equipas totalmente ao seu alcance. Todas as temporadas, em equipas como o Paços de Ferreira, se mantém o principal foco em tentar vencer as equipas que lutam pela manutenção.

Foto: Notícias ao Minuto

Com Vasco Seabra, já na época passada se assistiu a um Paços mais focado na luta pela manutenção, depois de dois anos consecutivos em que os castores haviam ficado à porta dos lugares de apuramento para a Liga Europa.

Fé em Welthon e Pedrinho

Se há coisa que este Paços vai tendo para animar é uma dupla de artilheiros que se vai afirmando no campeonato, já desde a temporada passada. Pedrinho está até a acertar mais na baliza que na época anterior, na qual marcou 5 golos. O português de 25 anos tem já 4 golos e pode a qualquer momento igualar a marca do ano passado. Mas nem tudo se resume a golos, trata-se daquilo que Pedrinho consegue dar à equipa jogando próximo de Welthon. Um jogador muito móvel no apoio a um portento físico de remate fácil como é o brasileiro Welthon. Depois de uma época vistosa com 16 golos, o maior artilheiro do Paços de Ferreira esteve com um pé fora do clube, sendo o Braga o destino mais badalado até ao fecho do mercado.

Foto: Maisfutebol
Foto: Maisfutebol

O próprio jogador, na altura, avançou nas redes sociais com uma mensagem enigmática, mas que deixava claro que tudo foi feito para que o brasileiro pudesse deixar a Mata Real e rumar a voos mais altos. Este será, até, o problema maior para o início do novo ano do Paços: segurar o avançado até ao final da temporada. Com os resultados pouco satisfatórios e a pouca oferta de jogo ofensivo que possa servir Welthon, a vontade deste pode ser fundamental na sua possível continuidade.

Com Petit ao leme, entrega e agressividade serão os ingredientes principais para o objetivo manutenção, algo que o técnico tem sido feliz em alcançar nas últimas temporadas.

Possíveis reforços

João Real (Académica): na necessidade de ter um “centralão”, que assuma não só o papel de defesa mas também de patrão experiente no eixo da defesa, a opção pelo jogador da Briosa pode ser a melhor. Uma transferência “barata”, por um central que apesar de ter 34 assume bem o papel na leitura defensiva, comunicação na defesa e agressividade em situações de desvantagem numérica.

Vitor Gonçalves (Nacional da Madeira): o Fair Play já falou que é um dos melhores médios da Liga Pro, com o médio a assumir um papel de “pulga” no jogo da equipa do Nacional da Madeira. Rápido, insistente, raçudo e dinâmico o médio que pode jogar no centro do terreno faz a diferença numa equipa tipo do Paços de Ferreira.

Fede Varela: um medio ofensivo da nova “era”, dotado de uma velocidade invulgar e um toque de bola bem trabalhado. Pode fazer diferença na hora de criar espaços e de dar outra profundidade no último terço do terreno. Tem faro de golo, gosta de surgir dentro da área ou de levar a bola para situações de perigo iminente. Um empréstimo até ao final da época pode ser atractivo para o FC Porto, Varela e Paços de Ferreira.


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