5 médios a seguir da Ledman LigaPro 2017/2018

Francisco IsaacDezembro 12, 20177min0

5 médios a seguir da Ledman LigaPro 2017/2018

Francisco IsaacDezembro 12, 20177min0
Dos Açores, passando pela Madeira, indo até aos primeiros classificados da LigaPro o Fair Play escolhe os 5 médios a seguir da Ledman LigaPro 2017/2018

FEDE VARELA (FC PORTO)

Uma época que merece nota 10, pela qualidade que Fede Varela (na foto de destaque) transmite ao meio-campo dos azuis-brancos, com uma excelente velocidade de movimentos, lançamento de bolas em profundidade e possibilidade de mudar o jogo num par de segundos.

Varela marcou 7 golos em 15 jogos e ainda assistiu por 3 vezes, com Galeno e André Pereira a agradecerem a capacidade que o espanhol tem em mexer o ataque dando um autêntico “recital” que tem merecido um destaque especial. O argentino/espanhol gosta de assumir o jogo, de centrar as atenções nos seus “pés” e de fugir para as alas quando é necessário criar outro tipo de movimentações.

É um jogador polivalente e que dá outra magnitude ao ataque portista, para além de ter a capacidade em lutar pelo poder da redonda e de gostar trabalhar para a equipa. Nos encontros frente ao Santa Clara, Nacional, Arouca e Penafiel foi um elemento fulcral para a conquista de pontos, com o encontro frente aos açorianos a ser um bom cartão de visita.

Até a este momento, Varela ainda não teve oportunidade para dar o salto para o plantel principal mas não demorará até que Sérgio Conceição perceba que o médio-ofensivo pode dar alguma criatividade e equilíbrio no banco de suplentes ou mesmo no terreno de jogo.

FELIZ VAZ (FC FAMALICÃO)

O Famalicão está nos lugares de subida, é assustadoramente dominante em casa (“esmagou” o Sporting CP por 6-0 e o Santa Clara, outro candidato à subida, por 5-2) e tem uma equipa equilibrada, interessante e de controlo de bola. Entre os vários nomes da equipa, aparece o “maestro” que tem pautado bem os jogos dos famalicenses: Feliz Vaz.

O jogador formado nas escolas do FC Porto, está no pico de forma e da carreira, assumindo um papel importante na comunicação entre o meio-campo defensivo e o ofensivo, numa posição que não é-lhe muito familiar. Porquê? Feliz é habitualmente “dedicado” aos flancos do ataque, com um toque ligeiro para deslizar para o centro do terreno, algo natural desde que chegou a Famalicão em 2013.

Em 2017/2018 o médio/extremo tem sido importante para o sucesso da equipa de Dito, que está bem lançada na frente do campeonato com um futebol algo “alucinante”, com Feliz a contribuir com 4 golos e 5 assistências em 16 jogos. Mas o que significa o papel de Feliz no 11 da equipa que segue agora em 2º lugar?

Autoridade, velocidade de gestão de bola, controlo das operações e lançamento rápido do jogo, onde o passe de qualidade (e assertivo) fazem diferença no “desemaranhar” de encontros mais complicados. 28 anos e com qualidade para singrar nos próximos dois/três no topo dos campeonatos nacionais.

VÍTOR GONÇALVES (CD NACIONAL)

A época não está a ser famosa para o clube madeirense, já que ocupa o 8º lugar (a 6 pontos do 2º lugar e a 7 do 1º) e tem dado vários “tiros nos pés” em alguns momentos da temporada (derrota fora com o Braga “B”), mas ainda assim há alguns nomes que mereciam estar num lugar melhor… Vítor Gonçalves é um deles.

O médio-centro formado no Portimonense é um jogador importante para os alvinegros, apresentando uma intensidade de jogo de alto nível, um posicionamento de excelência e um trabalho de passe de qualidade.

Coincidência, ou não, sempre que Gonçalves começou a titular, o Nacional não sofreu derrotas… dos seis jogos em que não jogou por lesão ou por opção, o Nacional perdeu três, empatou outra e só ganhou duas.

Para ficarmos a perceber melhor as competências do português, basta visualizarmos o jogo frente ao Gil Vicente (empate), em Gonçalves foi sempre o jogador da frente de ataque mais esclarecido a par de Ricardo Gomes. Eléctrico, chateou vezes sem conta a defesa da equipa de Barcelos, tentando afastar alguma da pressão, apresentando bons argumentos quer no controlo de bola ou de ajuda aos colegas.

Com 25 anos, o médio-centro que faz bem a comunicação entre o trinco (Christian) e o médio que joga mais colado aos avançados, mudando bem os ritmos de jogo quando é necessário. Conseguirá dar a estabilidade que o meio-campo de Costinha tanto precisa?

Vítor Gonçalves (Foto: CD Nacional Twitter)

OSAMA RASHID (SANTA CLARA)

O Fair Play já conheceu Osama Rashid em Outubro de 2017, ficando a saber quem é o iraquiano, como chegou a Portugal e a explicar o bom arranque do Santa Clara. Mas, e em virtude da continuidade da boa forma do iraquiano, voltámos a visitá-lo.

Rashid tem sido uma pedra basilar no futebol dos açorianos que têm dado alguns “trambolhões” e “soluços” nas últimas jornadas (quatro jogos sem ganhar, em que contabilizaram derrotas contra o Arouca e Famalicão), muito pela ausência de “banco” para o meio-campo.

Rashid tem açambarcado toda a pressão do centro do terreno para si, persistindo um espírito não só de luta mas de “fantasiar” e de dar outra forma a saída com bola para a equipa do Santa Clara. A forma como o médio iraquiano consegue levantar a cabeça, olhar para as combinações e possibilidades de ataque e escolher (na maioria das vezes) a melhor opção é genial e merece a atenção.

Tem um estilo de jogo requintado, o que espelha bem a sua “escola” e formação e possivelmente merecerá outros palcos no futuro próximo.

Como nota final, Rashid ajudou a decidir, directamente, 8 jogos do Santa Clara, sendo que a forma preponderante que assume o centro do terreno tem impactado o jogo dos açorianos mais do que os números espelham.

BREITNER (LEIXÕES SC)

O venezuelano de 28 anos, que chegou em 2015/2016 para jogar pelo União na Liga NOS, tem conquistado uma boa reputação na Ledman LigaPro, com mais um início de temporada de alto nível, desta feito ao serviço do Leisões SC.

Pela equipa de Matosinhos, o médio já somou cinco golos e três assistências em 15 jogos, mas não são os números que contam a “história” toda do desempenho individual, já que Breitner assume o papel de “pêndulo” no meio-campo, organizando bem as saídas para o ataque, assim como no “sonegar” de algumas acções das equipas adversárias.

A saída do médio do União da Madeira foi sentida, perdendo os madeirenses um jogador que gosta de criar, mexer e dinamizar as acções ofensivas da sua equipa, para além de garantir um meio-campo coeso e comunicativo.

Por vezes parece não ser um jogador muito interventivo, mas quando detém a bola nos seus pés é interessante ver como se “desfaz” da mesma, invocando uma persistência para fugir para as alas quando necessário (último encontro com o Leixões começou a jogar na direita). Não é necessário ter total posse de bola para ser decisivo, mas conta sim a eficácia e eficiência com que usa cada bola e isso é algo que Breitner tem demonstrado que é bom em.

Seria interessante rever Breitner na Liga NOS, já que é um jogador que facilmente se adequaria a equipas como o Portimonense, Belenenses ou Feirense… mas quem sabe se o venezuelano não ajuda o Leixões a regressar ao convívio dos “grandes” já no final desta temporada?

O Fair Play deixou em “reserva” os nomes de Gustavo (Penafiel), Fernando Ferreira (Académico de Viseu… o ex-Belenenses não tido medo em assumir o papel de distribuidor de jogo), Evandro Brandão (relançou-se no Leixões e tem sido uma “lufada de ar fresco” na LigaPro), Rafael Barbosa (Sporting CP), Aleksandar Palocevic (o Arouca está em grande recuperação) e Chiquinho (uma das razões do crescimento da Académica tanto no tempo de Ivo Vieira como Ricardo Soares) que merecerão um olhar atento no futuro.

Breitner (2º a contar da esquerda) no meio do sucesso do Leixões (Foto: Lusa)

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