As Crónicas do Sr. Ribeiro – Não esperem que aconteça, façam acontecer!

Fair PlayDezembro 5, 20174min0

As Crónicas do Sr. Ribeiro – Não esperem que aconteça, façam acontecer!

Fair PlayDezembro 5, 20174min0
As Crónicas do Sr. Ribeiro têm uma mensagem: não esperem que aconteça, façam acontecer! O que podemos fazer pelo rugby e por todos nós?

Esta frase era muito usada na minha equipa. Acredito ser uma ideia transversal no rugby, não ficar à espera dos outros, mas tomar a iniciativa.

Estamos num momento muito especial no rugby, onde a iniciativa é muito precisa.

Ainda na semana passada, enquanto assistia ao treino dos meus filhos passou um jogador dos seniores do CDUL com uma pessoa da direcção do clube. Fui ter com eles para os cumprimentar e falavam sobre uma qualquer necessidade no CDUL. Precisavam de uma pessoa para fazer qualquer coisa. Quando perguntei o que era, imediatamente, o jogador respondeu-me:

“Tu já estás a arbitrar. E isso é muito importante. Há lugar para todos e todos têm de ajudar.”

Não consigo explicar o orgulho que tive nesta resposta…

Finalmente o rugby em Portugal está a mudar. É um jogador ainda no activo, e com um papel de enorme relevo dentro do CDUL, que aceita e reconhece que não é preciso trabalhar directamente no clube para o ajudar. Ajudar o rugby, em geral, ajuda os clubes.

E ainda mais importante na resposta dele – toda a gente tem de participar, não têm de ser sempre os mesmos e há lugar para todos. O nosso desporto é assim, qualquer um pode ter um papel, desde que o queira.

Por acaso alguém conhece outro desporto que precise de dois gordinhos que não conseguem ser enquadrados noutra actividade física?

E dois tipos altos, desengonçados, que nem para o basquete nem para o vólei servem?

E o “canina”? Qual é o desporto onde o meia-dose da turma tem lugar entre os calmeirões, e é o próprio comandá-los?

Já agora, seria perfeito se pudéssemos juntar a toda esta malta aqueles tipos muito magrinhos e muito rápidos e também aqueles mais solitários e criativos.

O rugby, como desporto, é a modalidade mais inclusiva que existe e por isso, como organização, é igual há lugar para todos ajudarem.

São precisos delegados aos jogos e directores de equipa. É necessário ter pessoas nas estruturas dos clubes para ajudar desde o secretariado ao marketing.

O rugby não pode viver só de jogadores e ex-jogadores. Toda a gente, com qualquer valência, pode ajudar. Não é preciso jogar, ou ter jogado, para ser do rugby. Basta estar envolvido no desporto com espírito de equipa e sacrifício.

Sabem desenhar, ajudem na comunicação do clube. Percebem de contas, de organização, tanto faz….

Acham que não conseguem ter um papel activo, sejam adeptos esclarecidos. Mas adeptos de rugby. Aqueles que puxam pelo clube, lembrando que o adversário também joga rugby, merecendo por isso todo o respeito. Tentem, num jogo, aplaudir um bom ensaio dos adversários.

Não gostam, sequer, de ver jogos, ensinem aos vossos filhos que quando entram para o campo não vão jogar “contra”, vão jogar “com”. Talvez esta pequena diferença retórica os ajude a enfrentar o adversário com outro respeito, sabendo que do lado de lá do campo está um dos seus.

Estamos numa época privilegiada, estamos em época de apuramento para o mundial. Esta é a altura certa para nos envolvermos, toda a ajuda é pouca. Este é o tempo de agir. Cada vez mais há união entre os jogadores dos vários clubes e a modalidade está a chegar a todo o lado.

Cá fora temos de seguir o exemplo.

O rugby já está nas prisões, em projectos sociais muito interessantes e bem-sucedidos, há clubes envolvidos em todas as acções de solidariedade possíveis, desde recolha de alimentos a ajuda em obras públicas.

A verdade é simples, quanto mais damos ao rugby, mais o rugby dá ao mundo, todos os dias vemos mais um bom exemplo vindo deste desporto. Este desporto de gente inconformada que não espera que aconteça e faz acontecer!

A Foto é retirada do Rugby Com Partilha, projecto dedicado a levar o rugby às prisões em Portugal. Para saber mais sobre o mesmo siga este link!


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