“Cromos” especiais do futebol mundial: Vasilis Hatzipanagis e Scott Brown

Pedro PereiraDezembro 11, 20213min0

“Cromos” especiais do futebol mundial: Vasilis Hatzipanagis e Scott Brown

Pedro PereiraDezembro 11, 20213min0
Dois nomes do futebol grego e escocês que são relembrados por Pedro Pereira em mais uma página desta caderneta de cromos

VASILIS HATZIPANAGIS, UM GREGO QUE JOGOU PELA URSS

Katsouranis, Charisteas, Fyssas, Nikopolidis. Eu sei que se és português e conheces estes cromos. Não tem como lembrares destes nomes sem sentir um calafrio. Mas hoje venho falar de outro jogador grego. Um das cadernetas antigas.

Vasilis Hatzipanagis. Sentia-se grego apesar de ter nascido na antiga União Soviética. Seus pais, comunistas, tiveram que fugir da Grécia pelas suas convicções políticas e Vasilis acabou por nascer lá. Ele é considerado o melhor jogador da história do futebol grego. Tinha duas alcunhas: Maradona grego e Nureyeb, um famoso bailarino russo. Talvez por aqui já se entenda a qualidade dele. Há poucos vídeos no Youtube mas dá para entender o perfil. Era um driblador nato com uma qualidade de pés apuradíssima.

Vasilis foi internacional pela União Soviética e quando o mundo político grego se tornou um pouco mais estável, ainda que cinzento, ele regressou ao seu país para jogar no Iraklis, clube modesto grego. Na primeira época, venceu a Taça da Grécia frente ao Olympiakos.

Regressado à liga grega, pediu também para representar a sua seleção. Aconteceu apenas uma vez. Desculpem. Duas. A segunda foi no dia 14 de Dezembro de 1999. Nove anos depois de se aposentar. Vasilis participou num jogo amigável contra o Gana e jogou 20 minutos. Fez uma assistência e recebeu todos os aplausos possíveis dos presentes no estádio que por culpa dos dribles que a vida nos dá, não permitiram a Vasilis jogar mais vezes pelo país do seu coração. Esta é, para mim, a história mais bonita sobre Vasilis.

Um craque da cabeça aos pés que não foi maior porque as políticas o empurraram para o quase esquecimento como um dos maiores do futebol. Mas aqui está a caderneta para o lembrar.

Jogou no Pakhator, Iraklis e Toronto Panhellenic. Apesar de ter tido muitos clubes a querer contratá-lo (Porto incluído), nunca saiu do Iraklis porque o seu contrato que ele assinou e que inicialmente era de 2 anos, tinha uma cláusula que permitia o clube renovar automaticamente por mais dois anos… unilateralmente. Duro.

SCOTT BROWN, O PRÍNCIPE DE CELTIC

Falo de Scott Brown. Um Voldemort escocês que trocava uma vitória por uma fogosa confusão no relvado. O carrinho, o encosto de ombro, pé em riste e saltar com os cotovelos bem altos eram os seus gestos técnicos favoritos. Engane-se quem pensa que era apenas um destruídor de jogo. Pelo contrário. Mas aquele sangue quente era uma constante. Quanto mais em Old Firm derbies. Esses eram os favoritos do médio centro do Celtic.

(Foto: Sky Sports)

Como foi em 2017. Nesse, havia um portugues envolvido: Pedro Caixinha. Na altura treinador do Rangers. Depois do Celtic vencer por 2-0, Caixinha chegou à Flash interview meio nervoso e acusativo. Criticou a forma como Scott Brown foi consistentemente agressivo e encostou o dedo no nariz do escoces (figurativamente, claro): “se eu estivesse dentro de campo, aposto que não encostavas o cotovelo na minha cara” disse Caixinha para Scott. Feliz ou infelizmente, este confronto não aconteceu de novo. Scott Brown foi campeão pelos the Bhoys. Já Pedro Caixinha um mês depois destas declarações foi despedido após um empate com o Kilmarnock. Caixinha foi o treinador do Rangers menos dias nesse posto.


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