Hamilton, o anunciado Tetracampeonato

Luís PereiraNovembro 14, 20175min0
Hamilton fecha o ano em alta e o tetracampeonato é uma realidade... O último Grande Prémio analisado pelo Fair Play... o que acharam da F1 2017?

Tetracampeonato de Supra Hamilton

Lewis Hamilton é o Campeão do Mundo de F1 de 2017, chegando assim ao tetracampeonato na carreira. Se isto não parece novidade, é porque Hamilton tem feito uma 2ª metade de temporada simplesmente soberbo.

Muita gente já considera ter sido a melhor época de sempre do agora tetracampeão mundial, apesar de ter, por exemplo, ganho 11 corridas em 2014. Até agora, Hamilton venceu 9 corridas, algumas delas de forma espetacular, como em Espanha e Bélgica.

Além disso, Hamilton esteve em excelente forma durante as qualificações, conseguindo umas espetaculares voltas, dignas do novo recordista de pole positions de sempre da F1. Hamilton também completamente o novo colega de equipa, Valteri Bottas, que nunca chegou a amaeçar verdadeiramente Hamilton.

Hamilton esteve grande parte do ano numa luta para apanhar Vettel, que fez uma boa primeira metade da época. Mas algo mudou no britânico depois da paragem de verão. Hamilton voltou mais determinado do que nunca e ganhou 5 das 6 corridas seguintes.

Essa determinação levou Hamilton ao 4º título da carreira e a um bastante estimado lugar entre os deuses da velocidade motorizada. Hamilton é agora o 2º piloto com mais vitórias na F1, apenas atrás de Schumacher. Hamilton, com o seu 4º título, é também o piloto britânico com maior sucesso de sempre, deixando para trás ilustres como Jackie Stewart.

Hamilton já é, sem sombra de dúvida, um dos melhores pilotos da F1, e o seu espírito competitivo já o faz pensar no próximo título e nos recordes de Schumacher.

Vettel lutou muito, mas nem sempre bem

Vettel não conseguiu parar o tetracampeonato de Hamilton (foto: f1.com)

Vettel foi o rival de Hamilton durante toda a temporada de 2017 e chegou a estar grande parte da época na liderança do campeonato. Apesar de no geral a época do alemão ter sido excelente, o piloto da Ferrari tem alguns erros no cartório que o afastaram do título.

Vettel teve um excelente arranque de época, chegou ao GP do Mónaco com uma vantagem pontual de 25 pontos. O problema é que no GP do Azerbaijão Vettel teve uma disputa acesa em pista com Hamilton, batendo no inglês durante o safety car. Esse toque deixou Hamilton revoltado, algo que pareceu ter feito “despertar” o inglês.

A partir daí Vettel não conseguiu ter mais vantagem sobre Hamilton, o que o levou a cometer mais erros. Houve situações que simplesmente não foram culpa de Vettel, como no Japão, ou alegadamente em Singapura. Mas houve algumas com erro próprio, como na corrida decisiva no México, onde Vettel teve excesso de zelo e bateu em Hamilton, estragando as chances de vitórias aos dois, mas prejudicando-se mais a si.

Apesar disso, Vettel foi um digno competidor, fez uma época de alto nível (os erros foram provocados pelo elevado nível praticado), e pedoria também ter sido campeão. A F1 vai esperar que esta rivalidade em equipamentos igualmente competitivos seja para manter, já que Hamilton vs. Vettel era algo que os fãs muito desejavam.

Red Bull forte, mas espera ser mais forte ainda

(foto: f1.com)

A Red Bull teve uma época de altos e baixos. 2017 foi um ano em que a Red Bull voltou a ter o chassis mais forte, mas nem sempre o motor Renault correspondia. Apesar de a competitividade da Renault ter melhorado imenso, a fiabilidade deixou muito a desejar, mais ainda para os lados de Verstappen.

Apesar dos problemas de fiabilidade e da Renault ser incapaz de competir em qualificação com a Mercedes ou com a Ferrari a Red Bull conseguiu ser genuinamente competitiva. Ricciardo venceu em Baku, numa corrida onde não foram os mais rápidos, mas Verstappen venceu no México e na Malásia, com velocidade genuína, mostrando que a Red Bull afinal consegue competir diretamente com a Mercedes e Ferrari.

A Red Bull espera que 2018 traga as verdadeiras melhorias de velocidade prometidas pela Renault, que os deixaria numa boa posição para lutar verdadeiramente pelo Campeonato Mundial.

McLaren-Honda, um adeus anunciado

(foto: f1.com)

2017 é o adeus anunciado da parceria McLaren-Honda, a parceria que prometia reviver a histórica marca que dominou a F1 durante o final dos anos 80 e início dos anos 90. Desde o seu regresso à F1, a Honda foi pouco fiável, pouco competitiva, e uma enorme dor de cabeça para a McLaren.

A McLaren é uma equipa que quer ganhar, ou pelo menos disputar, o Campeonato Mundial, por isso a situação era mesmo insustentável. A decisão acabou por ser a de terminar antecipadamente a ligação à Honda e alinhar-se durante 2018-2020 à Renault.

A McLaren acabou por ter sido “forçada” a tal decisão, já que a Ferrari e a Mercedes se recusaram a fornecer motores à McLaren. Desta forma a McLaren espera ter um ano bem mais competitivo em 2018, algo que a F1 bem precisa, até pela presença de Fernando Alonso na equipa, que muito merece um carro competitivo, algo que lhe escapa desde 2013.

2017 já foi, vamos para 2018!

A temporada de F1 está decidida, com vitórias históricas para Hamilton, mas também para a Mercedes, que atinge o seu 4º campeonato consecutivo. Hamilton é agora um ilustre tetracampeão, juntando-se a Vettel, para haver atualmente dois tetracampeões no pelotão.

2018 vai ser um ano de poucas mudanças anunciadas a nível técnico, mas onde se espera que a Red Bull e até a McLaren possam competir com a Ferrari e Mercedes, para nos trazer um Campeonato emotivo e competitivo. Por sua vez, Hamilton espera agora igualar o mítico Fangio, com 5 Campeonatos, e ficar ainda mais perto do recorde absoluto de Schumacher.


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