5 Jogadores que jogam fora e deviam voltar à Europa

Fair PlayJaneiro 17, 20188min0

5 Jogadores que jogam fora e deviam voltar à Europa

Fair PlayJaneiro 17, 20188min0
Jogadores que se "exilaram" fora do Continente Europeu podem voltar para "casa". Escolhemos 5 jogadores que têm de voltar à Europa no imediato

HULK (SIPG)

Givanildo Vieira de Sousa. Precisamente Hulk, no mundo do futebol. Quem não sente falta do seu futebol em Portugal?

Foram cinco anos ao serviço do FC Porto, clube onde o brasileiro explodiu e despertou a atenção de vários colossos, conquistando um número de troféus absolutamente invejável.

No entanto, o seu destino seria o… FC Zenit, por um valor recorde, em 2012.

Criticado pela sua mudança para o campeonato russo, Hulk estabeleceu-se, como seria de esperar, como o símbolo da equipa, mas a sua estadia durou apenas quatro anos.

Venceu vários títulos, individuais e coletivos, e em 2016 decidiu colocar um ponto final na sua relação com o emblema soviético.

Quando, em mais uma ocasião, se cogitava uma transferência para as principais ligas europeias, Hulk embarcou numa nova aventura, desta feita no futebol chinês.

O Shanghai SIPG pagou cerca de 55 milhões de euros pelo seu passe, com vista a almejar o título de campeão da Super Liga. Não o conseguiu, mesmo com André Villas-Boas no comando, mas isso não se deveu ao rendimento do internacional pelo escrete.

Hulk, pelas Águias Vermelhas, disputou, até ao momento, um total de 52 partidas, marcou 32 golos e assistiu os seus companheiros por 26 vezes. E isto em apenas um ano e meio, onde atingiu as meias-finais da Liga dos Campeões Asiática e a final da Taça da China.

As suas tão apreciadas características continuam intactas. Explosivo, rápido, extremamente forte nos duelos 1×1 e nos movimentos interiores e, obviamente, com um remate portentoso, Hulk é a grande figura de um conjunto que pretende cimentar o seu nome a nível nacional e internacional.

Agora com 31 anos, a esperança de uma eventual saída para as Big-5 ainda persiste, ainda que de forma mais reduzida.

Por várias vezes foi apontado a formações como Arsenal e Manchester City, mas Hulk acabou por tomar outras opções para a sua carreira. O próprio já reconheceu que uma nova mudança não está, de todo, descartada, apesar de se encontrar extremamente satisfeito em Xangai. Acontece que o seu novo treinador é… Vítor Pereira.

OSCAR (SIPG)

Oscar é o detentor do rótulo de jogador mais caro da história do futebol chinês.

Em janeiro de 2017, o Shanghai SIPG, desembolsou 60 milhões de euros para assegurar os seus serviços ao Chelsea FC, naquela que foi a tentativa mais explícita de destronar o Guangzhou Evergrande Taobao do trono de campeão.

O médio, também ele internacional brasileiro, fez parte do núcleo formado e liderado por AVB e, juntamente com Odil Akhmedov, Hulk, Elkeson e Wu Lei fez estremecer o futebol asiático, pelos vários momentos de bom futebol que a equipa produziu sobretudo na ligação entre meio-campo e ataque.

Oscar admitiu, em entrevista, que procurou sair do Chelsea em busca de minutos e, ao mesmo tempo, de melhores condições financeiras.

Ainda assim, não colocou de parte um eventual regresso ao velho continente. Em 40 jogos, marcou 9 golos e somou 17 assistências com a camisola do Shanghai SIPG e não defraudou as expetativas.

Com ótima visão de jogo, qualidade de passe, inteligência e remate fácil, Oscar, com 26 anos, tem ainda muito tempo para pensar numa nova etapa. Interessados certamente que não irão faltar.

GIOVINCO (TORONTO)

Giovinco passou quase toda a sua carreira na Juventus, excetuando 2 empréstimos. Um deles, ao Parma, na época 2010/2011 correu de tal maneira bem que o clube que o recebeu, decidiu contratá-lo e ficar com ele. Porém lá ficou apenas uma época já que a Juventus quis resgatá-lo logo na época 2012/2013.

No início do 2º mês de 2015, ainda com 28 anos, decide sair da Europa e transita nos canadianos do Toronto FC. Caminha para a sua 4ª época no clube que participa na MLS e aludir para o facto do avançado ser um dos destaques da Liga.

Falar de Sebastian Giovinco é sinónimo de golos já que o avançado italiano, nos 3 anos que leva de Toronto FC ao peito, marcou sempre mais que 20 golos, o que não deixa de ser impressionante, apesar do nível da competição ser mais baixo.

O transalpino joga atrás do ponta de lança e mexe muito com a equipa, procura muitos espaços livres (muitas vezes nas alas) e tira muito proveito da sua baixa estatura ao mexer-se muito rápido, fazendo várias “skills” sobre o adversário.

De referir também que o avançado bate muito bem os livres, sendo este um momento muito aguardado nos estádios americanos, o que na Europa também seria de dar valor.

O jogador, com agora 30 anos (perto dos 31), parece ainda ter muito a dar ao futebol e uma vinda para a Europa não seria mal pensado.

Podemos pensar em algum clube que lute pela Europa de qualquer uma das top5, sendo que a melhor hipótese seria voltar ao seu país natal.

GIGNAC (TIGRES)

André-Pierre Gignac está atualmente ao serviço do Tigres do México, mas a sua veia goleadora faz-nos pensar se o ponta de lança francês não teria lugar em muitas equipas europeias.

Formado no Martigues e no Lorient, onde se estreou como sénior, foi essencialmente no Toulouse e no Marselha que mostrou toda a sua veia goleadora, de onde saiu surpreendentemente para o Tigres depois de uma época em que marcou 23 golos e quando tinha acabado de cumprir 30 anos.

Desde que chegou ao Tigres em 127 jogos marcou 68 golos, números bastante mais positivos que alguns encontrados na Europa e que deixam a pensar no talento que se perde por terras americanas.

Gignac também é internacional francês em 36 jogos onde marcou 7 golos, e a presença no Euro 2016 é a prova que Gignac ainda está vivo para o futebol.

Com 1,87m, Gignac é fortíssimo a jogar entre os centrais devido à sua força física que fazem dele um jogador também perigoso no jogo aéreo, onde causa muitos problemas aos adversários,

Possuidor de uma qualidade técnica capaz de deixar para trás qualquer defesa (quantos corações não pararam quando Gignac ao minuto 90 sentou Pepe e atirou ao poste da baliza de Patrício?), Gignac é capaz de deixar marca em várias equipas mesmo em momentos em que o jogo parece decidido.

No entanto Gignac não é um jogador muito veloz e com grande intensidade e o regresso ao futebol europeu exige uma responsabilidade defensiva, principalmente em grandes equipas, e uma aceleração constante do ritmo de jogo que Gignac não possui, muito menos durante 90 minutos.

Tendo em conta as características do jogador vemos que para além do campeonato francês, que já conhece bastante bem, também o campeonato alemão pode ser uma alternativa interessante para o jogador gaulês.

Não parecendo ter lugar nos principais emblemas quer de um quer do outro campeonato, parece-nos que Gignac podia ser um jogador bastante útil para equipas de meio da tabela para baixo onde existem maiores dificuldades e poderiam utilizar a sua experiência e o seu faro para o golo para atingir os objetivos propostos.

No entanto alguns clubes históricos e em dificuldades como o Hamburgo, Colónia, Werder Bremen ou Wolfsburgo poderiam contar com Gignac, numa operação semelhante com o que fez o Estugarda a trazer Mario Gomez (jogador com características parecidas a Gignac).

Na liga francesa seria bonito ver um regresso ao Toulouse e salvá-los da despromoção.

CARLOS EDUARDO (AL-HILAL)

Mal amado no FC Porto, “vingado” no Nice e endeusado no Al-Hilal, o médio criativo brasileiro tem sido um dos melhores jogadores no Médio Oriente, com exibições fantásticas rubricadas tanto no campeonato local como na Liga dos Campeões asiática.

Dotado de um pé direito de inegável qualidade – e o esquerdo bem afinado-, o brasileiro que foi quase “escorraçado” pelo FC Porto – vendido aos sauditas por um negócio no valor de 15M€ – encontrou no Al-Hilal o seu melhor momento como futebolista.

Com 32 golos marcados em 48 jogos, Carlos Eduardo tem sido fulcral na equipa de Ríade, tendo os levado à final da Liga dos Campeões asiática em 2017, derrotados pelos fantásticos Urawa Red Diamonds.

Em 14 jogos, o criativo marcou por sete ocasiões, assistindo em outras cinco seus colegas para dar essa “alegria” à equipa saudita.

Mas Carlos Eduardo está diferente? Claramente. Se o talento já tinha sido vislumbrado, especialmente, em França, no Al-Hilal ainda aprimorou mais o seu toque de bola, execução e organização de jogo.

Onde Carlos Eduardo mudou quase por completo foi na sua confiança, apresentando outra consistência exibicional, outra forma de estar, munido de uma mentalidade vencedora. No FC Porto revelou instabilidade emocional e perdia-se nos momentos mais complicados, mas agora deveria regressar à Europa, por toda a qualidade futebolística que apresenta.

Ironicamente, seria um reforço interessante para o FC Porto, mas nunca deverá acontecer. Porque não Fiorentina, AS Mónaco, Nápoles (Sarri ficaria feliz por o ter no plantel) ou o Watford de Marco Silva.


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