Ricardo Gomes. “Acredito que vamos no final comemorar a subida!”

Fair PlayFevereiro 17, 20187min0

Ricardo Gomes. “Acredito que vamos no final comemorar a subida!”

Fair PlayFevereiro 17, 20187min0
O internacional cabo-verdiano e homem-golo do Nacional da Madeira falou com o Fair Play sobre a época e o desejo de subir! Fica a conhecê-lo melhor!
Ricardo Gomes, como tem sido a tua estadia em terras madeirenses? O que é fazer parte do Nacional da Madeira?

RM. A minha estadia aqui tem sido boa. É uma ilha em que gosto de estar, com um bom clima. Fazer parte do Nacional para mim é motivo de orgulho, uma equipa que fez parte da história do campeonato português. Para mim é um orgulho.

Tens sido o “matador” de serviço da equipa e um dos jogadores que mais tem impulsionado o ataque. Qual é o teu segredo? Sempre gostaste de fazer a diferença dentro da grande área?

RM. Sim. Eu trabalho para isso, para ajudar a equipa. As coisas este ano têm corrido bem. Não só para mim como para a equipa e eu acho que a equipa estando bem, os jogadores também acabam por ganhar com isso.

Como explicas este teu momento de forma actual, em que marcaste ou assististe para golo nas últimas oito jornadas?

RM. Foi bom. Sobretudo para conseguir uma série de boas vitórias e no fim do campeonato ajudar a conseguir o nosso objectivo.

Foste sempre este tipo de jogador, que mistura elegantemente uma boa técnica com explosão e velocidade? O que melhoraste desde os teus tempos do Vizela?

RM. Melhorei muita coisa. Sobretudo jogar na frente. Eu antes jogava a extremo também. O meu estilo sempre foi esse só que agora está melhor. Tenho jogado com mais regularidade e isso ajuda muito.

Recordas-te do teu primeiro jogo como sénior e profissional nos campeonatos portugueses? Melhor momento que tiveste no Desporto-Rei?

RM. O meu primeiro jogo (ainda me lembro bem) foi no Vizela contra o Gondomar. Eu ainda tinha a idade de júnior. O melhor momento foi o meu primeiro golo na primeira liga, que curiosamente foi contra o Nacional, clube que represento agora.

Tens saudades de Cabo Verde? Há muito potencial em terras cabo-verdianas?

RM. Sim, claro que tenho saudades, tenho lá parte da minha família, os meus pais, alguns dos meus amigos. Acho que sim, acho que há muitos jogadores com potencial…às vezes é a oportunidade. Sair de lá de Cabo Verde para a Europa para jogar não é fácil, tem de se ter sorte e alguém que aposte, mas acho que há muito potencial lá.

Gostaste da tua etapa em Guimarães? O que faltou para agarrares o lugar na equipa principal dos vimaranenses?

RM. Gostei do tempo que estive lá em Guimarães. Acho que não me consegui afirmar, muito por culpa própria. Vendo agora acho que podia ter feito muito mais do que fiz na altura. é um clube que gostei de representar. Também gostei de viver na cidade, é uma boa cidade.

A tua chegada ao Nacional coincidiu com uma das piores temporadas de sempre dos alvinegros. Sentes uma diferença entre a temporada passada e esta em termos de união e qualidade do plantel?

RM. Sim, acho que o ano passado não tínhamos uma má equipa, muito pelo contrário, só que acho que a diferença estava na união do grupo que não era muito boa, ao contrário deste ano. Temos também qualidade mas a união do grupo é totalmente diferente. Temos estado a realizar uma boa época.

União de grupo do Nacional (Foto: Lusa)
Trabalhar com o antigo “Ministro” do FC Porto é entusiasmante? Quais são as qualidades que mais aprecias do teu treinador desta temporada?

RM. Sim, o mister é uma pessoa muito simples, espectacular, humilde. Como treinador eu gosto da forma (de ser) porque tem os seus princípios e não muda por estar a perder ou numa fase menos boa. Ele gosta do estilo de pose e mantém sempre esse estilo.

Tem sido uma época equilibrada, com um campeonato ao rubro, mas o Nacional deu a volta nas últimas semanas e já está em boa posição para subir. Achas que vão conseguir a subida? Houve algum momento importante, até agora, para vocês?

RM. Eu acredito que sim. Nós vimos de uma fase boa, três vitórias consecutivas, agora tivemos uma derrota e um empate, mas acredito plenamente que no fim estaremos a comemorar a subida! Momento importante? A série de três vitórias que tivemos recentemente!

Quem são os jogadores mais trabalhadores do Nacional? E aqueles que nunca desistem de um lance?

RM. Aqui temos um bom grupo de trabalho, muito competitivo, o pessoal nos treinos dá tudo. Mas a eleger um jogador se calhar o Diogo Coelho.

A Ledman LigaPro é um excelente campeonato para se assistir? O equilíbrio que existe é resultado da boa qualidade de futebol que se pratica na maior parte das equipas?

RM. É um campeonato competitivo, bom de assistir, tem muitas equipas a lutar pelo mesmo objectivo. É um campeonato em que nunca se sabe o resultado: podes jogar com equipas que estão à frente e ganhar e jogar com uma equipa que está em último e perder.

Recordas-te do teu melhor golo nesta divisão? E aquele jogo que nunca te vais esquecer?

RM. Sim, se calhar no jogo do Vitória por ser um jogo especial contra uma equipa que já representei. Por ter feito dois golos e o segundo ser o da vitória.

Cenários hipotéticos: gostavas de jogar em que campeonatos? E há alguma (ou mais que uma) equipa internacional que tenhas predileção?

RM. O campeonato que mais gosto e em que gostava de jogar é em Inglaterra (mesmo a segunda divisão inglesa). Eu gosto de ver futebol e há várias equipas de que gosto: gosto do Real Madrid e do Manchester United, são essas as equipas em que gostaria de jogar.

Como internacional por Cabo Verde qual é o teu maior sonho? Achas possível chegarem à final de uma CAN no futuro? E ir a um Mundial?

RM. A selecção de Cabo Verde tem vindo a crescer, eu acho que com o trabalho que tem desenvolvido, os jogadores que tem, tem condições para um dia chegar a um mundial.

Houve alguém importante no teu desenvolvimento como jogador? Treinadores que te marcaram como pessoa?

RM. Sim, já tive alguns bons treinadores. O Rui Vitória por ter sido o meu primeiro treinador num campeonato profissional, ajudou-me muito, aprendi muito com ele e também o mister Costinha por me ter dado a confiança que já há algum tempo não tinha e por ter acreditado em mim.

Queres deixar uma mensagem aos adeptos do CD Nacional, apoiantes, amigos e família?

RM. Quero deixar a mensagem: que não deixem de acreditar, que apoiem sempre a equipa, porque se estivermos todos juntos o nosso objectivo de regressar à primeira liga será mais fácil de atingir.

Agradecemos a Saturnino Sousa (CD Nacional) pela ajuda na realização da entrevista

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